quinta-feira, 30 de maio de 2013

O mundo? Errado? Nada, nada... Só bebemos demais!



Eu ainda ouvia o fim daquele album do Led Zeppelin, acho que era o Led Zeppelin IV, mas na verdade nem curtia muito o som dos caras. Estava com a Luiza, e ela gostava muito. Nada contra os caras, assumo que eles são muito bons, mas não fazem muito meu estilo manja? Curtia algo um pouco mais agitado, ou um pouco mais calmo do que aquilo... Mas foda-se! Merda, sempre disperso... Falava de Luiza. Eu estava na casa dela a tarde toda, somente nós dois. Acho que se fosse pra eu comer ela, eu já teria comido, pois ela estava bêbada, eu também. Estavamos no seu sofá. Abraçados. Eu havia tentado beijar ela, mas fui recusado como um leproso pra uma vaga de abraços. Pois bem, ela não queria nada comigo, mas considerando o traste que eu era, valia a pena ficar ali. Haviam bebidas grátis, ouvia um som agradável, e pasmem, ainda olhava as coxas dela de forma fácil, e com sorte via um pouco dos seios. Por um milésimo de segundo, vi o mamilo esquerdo. Era do jeito que eu gostava. Papo doentil, mas foda-se, era isso ou beber sozinho em casa enquanto tentava me masturbar pra qualquer merda. Olhava as pernas dela enquanto ela falava.

- Sei lá Carlos... Odeio tudo.
- Como assim linda? Como assim odeia tudo?
- Os sonhos, o whisky, as bombas atômicas, os terremotos, o transporte público, a verba para a copa do mundo, a corrupção, a ganância, as pessoas, as vagabundas, os cheiradores de cola, os limpadores de vidro, os bancários, o responsável pelo aumento do pãozinho francês... Aff, não consigo nem falar.
- Isso porque você nem citou as pessoas...
- Eu citei as pessoas caralhos!

Acho que eu havia perdido o fio da meada olhando pras coxas dela, e tentando olhar para os seios... Merda, isso é o que eu chamo de "dar sopa pro azar", certamente pensaria que eu era um maníaco e tarado sexual.

- Ah sim. Desculpe. Pois é, tem as pessoas, e elas são geralmente um saco.
- Exato! Olha, não me surpreenda que você beba como uma esponja... É impossível aguentar o mundo sóbrio.
- Sim! - levantei o copo, num falso brinde - Me dê motivos pra beber que ficarei feliz... Sempre preciso de argumentos para falar pras pessoas que sou alcoolátra.
- Te compreendo... O mundo tá todo errado, e eu fico bem puta com isso tudo.
- Eu já desisti manja? O alcool não é o mundo, por isso que ele é bem bacana. Se eu não fosse alcoolatra, provavelmente estaria morto uma hora dessas, ou ainda, chorando, ou ainda, reclamando de tudo, como você está fazendo. Beba mais Luiza!

Ela bebia pouco, ao menos era bem pouco se comparada comigo, que bebia pra caralho, mas ainda tinha forças pra fazer contas. Eu bebia uma garrafa de vinho por hora, e ela bebia meia garrafa por hora. Ou seja, eu estava o dobro de bêbado dela, ou seja, ela estava muito sóbria e por isso enchia meu saco reclamando do mundo enquanto eu olhava seu belo par de coxas.

- Ok Carlos, vou fazer o que tu manda... Você parece um cara bem bacana, apesar de beber muito.
- Sei lá. Isso é relativo. Agora bebe logo porra!

Ela virou o resto da sua garrafa de vinho como se bebesse água potável, nem da torneira era, era daquelas águas que tem vitaminas e nutrientes manja? B2, zinco, calcio e ferro. Mas não, era somente o vinho mais barato que haviamos encontrado, e que detalhe, ela havia pago. Depois que desceu pela goela dela, tudo pareceu um pouco mais fácil.

- Já sei! Vamos jogar cartas! - ela me disse, entusiasmada
- Prefiro beber...
- Dominó?
- Prefiro beber...
- Foder!?
- Hmmm... Prefiro beber, até porque sei que tô muito bêbado e vou meter como um elefante velho.
- Bebemos demais - ela disse
- EU bebo demais. Você está começando a beber.
- E o mundo Carlos? O que faremos com ele?
- Continue bebendo Luiza. Eu bebo também. Se tivermos uma ideia, escrevemos no papel e achamos a paz mundial, ok?
- Ok

Ela sorriu, deitou no sofá com a garrafa na mão e adormeceu depois de 30 minutos.

Zaratustra

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