segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Imundice



A sujeira que me cerca, sempre acaba me consumindo, dia após dia. Imundice, imundice, imundice! Sempre tudo parece muito sujo para mim. As pessoas, os sentimentos, os intelectos, a mídia... Será que na verdade o sujo sou eu? Por falar coisas ditas imorais? Buceta, buceta e buceta.... Um pouco mais de bucetas e de caralhos, isso vai ser sujo então! Bucetas e sexo e AIDS! Por isso eu que sou sujo? Querem que eu seja engravatado e com a barba bem feita? Se for isso prefiro ficar na minha imundice e ver o mundo ruir em sua limpída sociedade.

Zaratustra

Coisas idiotas de fim de ano!



Hoje é dia 31/12, e como sempre, chovem nos mais diversos canais de comunicação aquelas abobrinhas que adoramos ver e falar mal, da pior forma possível. Nesse dia do ano, percebemos como pessoas e baratas podem partilhar da mesma estrutura cerebral, como elas podem serem idiotas e repetitivas e cansativas e tudo aquilo que sempre cito aqui.

Uma das coisas que mais odeio são as malditas promessas para o ano seguinte. Caralho! São sempre as mesmas coisas que as mesmas pessoas prometem. Em tese se resume a trabalhar mais, ouvir mais as pessoas, ser mais saudável, arrumar um namorado e blá blá blá. Agora resta a minha pergunta: pra que essa injeção de esperança, sendo que sabemos que isso é sempre prometido e nunca cumprido. Para de besteiras! Talvez seja deveras niilista da minha parte, mas as pessoas prometem as coisas hoje e mantêm o foco que vão cumprir isso até o carnaval. Depois do carnaval tudo parece que foi ficção. Portanto, aceitemos o fato de que se a pessoa vai mudar mesmo, ela não precisa anunciar isso para Deus e o mundo. Se ela quiser mudar ela vai fazer isso por si mesma.

Outra coisa é a falsidade de fim de ano. Muitos chamam de educação, mas eu, como sou um pouco mais rude e realista, considero falsidade. Desejar feliz ano novo para amigos próximos, família que você realmente possua algum tipo de afeto, acho válido. Mas desejam para todo mundo. Porra! Passa o ano todo sem mandar um oi pra pessoa, e ai no último dia parece que são melhores amigos. Puta merda, como esse falso sentimentalismo me incomoda. Não sei se é muita amargura, mas não consigo ver essas coisas sem me indignar seriamente.

Em tese, essas duas coisas são as que mais me incomodam. Hoje é o tipo de dia que quero ter meus momentos de reflexão e curtir sem pensar no amanhã. Se ano que vem eu quiser emagrecer, ser uma pessoa melhor, não vou prometer nada. E nem ficar falando abobrinha pra quem eu nem converso direito e sim para as pessoas que realmente se importam como eu estou.

Zaratustra

A qualidade de vida (2008)



Estava revirando algumas coisas antigas em casa e encontrei um texto que escrevi em 2008, que fazia parte de um projeto meu com textos sobre os mais variados assuntos (que é o que acabei fazendo aqui neste humilde blog). Não está em um nível de perfeição, mas ainda existe uma coerência no que está sendo dito. Segue texto na íntegra abaixo.

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Vários axiomas já foram delineados pelas diversas áreas da ciência humana para determinar o que é qualidade de vida. Na verdade, o que é já está a grosso modo concensuando pela maioria. A discussão se esquenta para determinar quando acontece a qualidade de vida.

Tomando como base a sociedade atual, regida pelo crescente capitalismo, a qualidade de vida está diretamente atrelada à obtenção de capital, que é o meio utilizado para ter os bens materiais. Esses bens são os responsáveis pelo conforto do indíviduo, como por exemplo, um carro ou uma casa. Quanto mais conforto um bem trás, mais capital é necessário para obtê-lo. Ora, já está claro para a sociedade que um ser humano confortável é mais feliz que um desconfortável. Pensando assim, a felicidade que esses bens trazem, proporcionam mais momentos de alegria, gerando uma maior vontade de fazer as coisas e se relacionar com outros indíviduos. Esses são os itens necessários para a qualidade de vida existir.

Mas então está óbvio? Não. Partindo para um lado sociológico, estudos indicam que a população com menos de dez salários mínimos mensais, é mais feliz do que os com mais de dez salários mínimos mensais. Isso ocorre, porque para a obtenção de capital, é necessário dar em troca a mão-de-obra. Para os cargos que pagam melhor, a carga de trabalho é menor, mas a responsabilidade é maior, gerando assim níveis de mais elevados de estresse. E esse estresse influi em tudo, desde família à saúde, causando o desmoronamento da estrutura de um casamento (consequentemente do psicológico dos filhos) e doenças como gastrites, úlceras e enxaquecas.

Portanto, após explanadas as lacunas, chego à seguinte conclusão: o maior conforto que existe na vida, é a tranquilidade de espiríto.

Zaratustra

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

A Montanha (2008)



Parte 1 - A entrada
  

Meus olhos não mentem
Vejo tudo exatamente
Da forma mais fechada
Da maneira equivocada

Parado
Sem atitude alguma
Não aguento mais isso
Vou fugir pra sempre

Vejo um raio de sol
Um lampejar de calor
Parece distante
Forte e brilhante

Meus olhos doem
Não sei aonde vou
A vida me cegou
Mas quero fugir

Saio com receio
Sinto o calor de veraneio
Não sei da onde veio
A voz que me tirou do estaleiro

Após uma profunda reflexão
Saí da minha profundidade
Busco uma realidade
Que seja melhor que a solidão

No caminho para fora
Deixo coisas para trás
Uma garrafa de Natasha
E alguns cigarros a mais

Não quero ver isso
Tão cedo
Assumi um compromisso
De encarar meu medo

Coloco a cabeça para fora
Olho a redondeza
Com um tom de surpresa
A vida começa agora

Repentinamente exclamo
- Tem alguem aí?
E a imensidão responde
- ...

Não há nada a fazer
Vou fugir da caverna
Conhecer o mundo
E parar de sofrer


Parte 2 - A escalada
  

Meus olhos não mentem
Via tudo exatamente
Da forma mais fechada
Da maneira equivocada

Do lado de fora
Tudo é tão diferente
Vejo muitas verdades
E poucas pessoas inteligentes

Isso me deixa assustado
Talvez não esteja preparado
Pra que algo dê errado
E eu seja o culpado

Que calor
Tudo belo, tudo vivo
Avistei uma flor
Cercada de amor

Sou mais comum agora
Avisto uma andorinha
Fazendo seu voô rasante
Batida de asas constante

Falo sozinho:
- Isso é a montanha...
Algo que se deixamos de escalar
Um dia vai nos derrubar...

Foi um belo raciocinio
Nada mais lógico
Pra definir algo tão ilógico
No fator psicológico

O caminho é longo e ingrime
Meus pés queimam
Meu corpo pesa
Minha cabeça dói

É deveras complicado
Pegar o caminho inclinado
Fugir do mundo fechado
Frio, temeroso e apagado

Conforme subo
Tudo vai se expandindo
O mundo vai de abrindo
E a felicidade se construindo

Já vejo o topo
Vou dar tudo de mim
Quero que tudo fique bem
E que nada mais seja ruim


Parte 3 - A vista
  

Meus olhos não mentem
Vejo tudo exatamente
Da forma mais aberta
Da maneira esclarecida

Estou no ponto mais alto
Também o com menos solo
Nada é tão grande
Tudo ficou menor

Olhando para baixo
Eu sinto vertigem
O sol reluz com força
Sinto o início da ensolação

Mas continuo firme
Lutando pelo meu espaço
O chão no alto é escasso
Sem pensar no fim

As nuvens...
Escondem sem misericórdia
Toda a discórdia
Que assombra a humanidade

Não soprarei a fumaça
Que mantém a graça
De uma vida sem graça
Pra quem está na desgraça

Prefiro ver tudo de cima
Fito vagarosamente
Toda a corrente dos escaladores
Que seguem no caminho indolente

Tudo está tão reduzido
Diria até inferiorizado
Essa vida nova
Me deixa embasbacado

Tudo mantém a rotina
Distrai minha retina
Minha cabeça está ocupada
Pra não ficar desmiolada

Agora ainda mais eu verei
Através das nuvens eu soprarei
Tudo que me cerca
E os perigos que me afrontam


Parte 4 - A queda



Eu sabia
Era bom demais para ser eterno
Não queria
Voltar a viver no meu inferno

Mas covardemente
Eu fui derrubado
Pisoteado pelos que sobem
Humilhado pelos que olham

Sou só um trapo no chão
Observando os que sobem
Alertando os perigos
Retornando à solidão

Depois da subida
Perde a graça tentar de novo
Vejo aquele povo
Com a escalada decidida

Vou reprisar o momento da queda:
- AHHHHHHHHHH
- AHHHHHHHHHH
- AHHHHHHHHHH

Foi algo mais triste que isso
Mas com palavras não sei dizer
Que o manto do sofrer
Me cercou sem misericórdia

O caminho até o chão foi demorado
Minutos pareceram horas
Parecia interminável
O chão parecia inalcançável

Meu rosto está arranhado
Meu corpo está quebrado
Minha mente está confusa
Tudo está rodando

Preciso de um rumo
Algum caminho escuro
Não me importo com o futuro
Vou procurar um chão

Me levanto e saio sem olhar pra trás
Está frio e o sol se foi
As nuvens voltam a neblinar a paisagem
Olho para frente sem medo

As consequencias virão
Sei que vou sofrer
Talvez não sobreviva
E tente novamente morrer...


Parte 5 - As consequências
  

Meus olhos não mentiram
Vejo tudo exatamente
Da forma mais triste
Da maneira deprimida

Após o violento choque
Chamei um reboque
Pra levar minha alma
Me deixar na calma

Mas ele não veio
Quer me ver sofrer
A solidão chegou
A ambição me abandonou

Deitado em meio
Ao meio que me largou
Tudo o que eu sinto
É triste e mórbido

Rumo sem rumo
Ao desconhecido
Sem a minha armadura
Me sinto desprotegido

A proteção é passado
De um plano ambicioso
Mas que deu errado
Por motivos intrinsecos

Pela terra que pisei
E a vida que vivi
Nunca mais eu sairei
Do buraco que me inseri

Já vi que a moeda
Tem seus dois lados
Quanto maior a altura
Maior é a queda

Sofro em silêncio
Para não acordar os mortos
E não atrapalhar os vivos
Mutilação em silêncio

Rasgo minha carne
Na parede da caverna
Furei meus olhos
Cortei minhas pernas

Volto ao meu ponto de partida
Será daqui mesmo a minha despedida
Digo adeus aos que ficam
Boa sorte aos que vão
Até logo aos suicídas
E pro inferno com a salvação...


Zaratustra

Percepção extraordinária!



Percebi outra hora que não consigo mais escrever aquelas velhas poesias, das quais me abasteci por muitos anos. Será fruto de cansaço? Falta de paciência? Simplesmente estou ficando muito velho para isso? Não sei, só sei que a cada dia que passa quero mais reclamar de uma forma sem sentido algum do que pensar o que me cerca. Cada vez que penso, uma parte de mim morre. E quanto mais morro, menos quero pensar. É um maldito círculo vicioso!

Zaratustra


Um quarto escuro e algumas doses



Então é assim que tudo termina? Exatamente como começou? Naquele mesmo velho quarto, com aquelas velhas doses... Sim sim, a humanidade fez mais uma vítima, daquilo que não se esperava. Não esperava que fosse dessa forma, não esperava que tudo fosse terminar de forma tão inerte e fulgaz. A esperança que corria em minhas veias era simplesmente um placebo. Nada era tão real. Como a vida, a vida, esse eterno teatro de vontades e representações, a própria vida é algo irreal, ilusório. Como determinar aquilo que é real daquilo que é imaginário. No final é tudo nada! É nada vezes nada ao quadrado de nada! Aquilo que representamos, aquilo que achamos sentir e pensar, não passa de ilusão. A verdade é que nosso destino é nada. Nada e vazio! Nos enchemos de velhas doses, trancados em velhos quartos, sim, aquelas mesmas prisões morais que achamos serem o caminho exato.

Tudo na vida não passa de um eterno fluxo. Inevitavelmente seguimos o fluxo, fluxo de uma correnteza que não nos levará a lugar algum. Acabaremos da mesma forma que começamos: sem nada e sozinhos! Malditas sejam essas prisões morais! Maldito seja o ser que determinou que tinhamos que ser alguma coisa! Um bombeiro, um policial, um advogado. Temos que ser algo, temos que existir de alguma forma, nem que sejam somente aparências sustentadas ao vazio, aquele mesmo vazio que não vai nos levar a lugar algum. E seguimos nessa aparência, fazendo bom uso de todas as nossas doses: a falsidade, a ganância, o egoísmo, a inveja, a luxúria... Nos abastecemos dessa merda diariamente para tentarmos conviver bem numa sociedade escrota e vazia, que nos abastece ainda mais com todo esse lixo que adoramos!

Ahhhh como eu gostaria de apenas por um momento, por um leve instante, esboçar pequenas verdades de uma forma rude e grosseira para todos os seres humanos. Mas infelizmente, a mesma sociedade que repudio é a que garante a minha sobrevivência. É como ter que comer a própria merda para não morrer de fome... Uma situação horrível. O que me resta é ficar no meu quarto escuro, com as minhas doses de bebida barata e ver o mundo morrer dia após dia.

Zaratustra

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Não creio!



Não creio no que vi hoje! Pessoas cantando músicas de camaros amarelos, falando mal das outras pessoas, ostentando evoluções tecnológicas em redes sociais, fotografando qualquer merda que encontram e achando que são fodas! Mas peraí... Ahhhh sim, esqueci que vivemos num mundo em que essas pessoas realmente são consideradas fodas. Às vezes me esqueço porque eu gorfo de nojo com as coisas!

Zaratustra

Sem sentido #08



- Maaaaanhêêêêê!!!!!
- Que foi filhinho?
- Mãe, eu gorfei! Que que eu faço?
- Gorfou por causa de bebida?
- Isso, bebi cachaça com dolly cola, aí meu fígado fez dodói
- Bom deixa que eu limpo essa merda

Após isso a mãe lambeu o vômito do filho, ambos gorfaram novamente e encerraram seu dia com uma dose de cachaça pura. Sim, o problema foi a dolly cola!

Zaratustra

Comedores de sofrimento



Todos nós conhecemos aquela pessoa que gosta de ver os outros sofrerem, principalmente as pessoas que gostam dele. Gostam de ver choros, ouvir gritos de desespero, ver o sangue jorrar freneticamente e nadar na piscina da morbidez social. Chamarei esses individuos a partir de agora de "comedores de sofrimento"

Zaratustra

O homem virtuoso e o homem vicioso



Num certo dia, se encontraram entre os muros de concreto da cidade grande dois indivíduos. Um dele muito virtuoso. O outro extremamente vicioso. Pois bem, assim correu o diálogo:

- Hei homem virtuoso, seu filho da puta! Como você vai meu velho?
- Estou muito bem, obrigado. E você homem vicioso, como vai?
- Tranquilão. E aí levando a vida muito a sério?
- Sim, sempre! Faz parte da minha virtude buscar a progressão das coisas. Entender que o altruísmo, a gentileza e a benevolência não são meras opções, e sim obrigações! E você, ainda com muitos vícios?
- Sabe como é mano. To só me destruindo, destruindo os outros, o de sempre. Pra não perder o costume, estou indo num rolê ali, trair minha namorada, injetar uma parada e depois vou roubar uma lojinha, só pelo prazer de ver o sofrimento alheio. E aí, vamos?
- Muito obrigado, mas eu recuso a sua oferta. De qualquer forma, lhe desejo toda a sorte do mundo nos seus atos nocivos.
- Tá certo mano. Abraços!

E assim cada um seguiu o seu caminho, o mundo continuou girando e a moral da história é: independente do que façamos, nada vai mudar! A máquina continuará vazia, e o nada sempre será nossa realidade!

Zaratustra

Aquela sensação...



Aquela sensação... É uma sensação única... É o paraíso dos satânicos, o inferno dos cristãos, o vazio dos niilistas... Sim, estou falando de cagar e mijar! Que sensação!

Zaratustra

Minhas recomendações aos jovens



Jovens, sigam esses passos para a vitória!

1. Beba
2. Beba
3. Beba
4. Beba

Se ainda assim nada se resolver, bebamos de novo!

Zaratustra

O motivo das pessoas serem tristes



As pessoas não são tristes por causa de si mesmas. Na verdade, elas são tristes por saberem que sempre vai existir uma outra pessoa mais feliz do que ela. A felicidade é um incômodo, a inveja uma realidade e a tristeza uma constante.

Zaratustra

Frio, fome ou sede?



Frio, fome ou sede? Pra que essa cara feia e assustada mano? Você não compreende que o sol está nascendo, o tempo está correndo e as coisas acontecendo?

Frio, fome ou sede? Não se sinta mal pelas coisas que aconteceram no passado. O presente pode estar mau, mas o futuro lhe aguarda com a bonanza. Vamos acordar enquanto ainda é tempo!

Frio, fome ou sede? Sei que isso é só tristeza mesmo. Sim, aquela velha morbidez amarga que lhe persegue por vários anos. Parece uma doença crônica. Aprenda a conviver com isso!

Frio, fome ou sede? Entendo que palavras motivacionais não resolverão o seu problema. Mas, uma vez que o intuito da vida, com todas as suas dores e atrocidades é simplesmente superar, acho que estou agindo certo.

Frio, fome ou sede? Nada se resolve, nada se supera. Tudo sempre volta, nunca se encerra. Vivemos no eterno looping de amar, estar feliz e se frustrar. Um maldito círculo vicioso.

E mesmo que andemos por tempos caóticos, sempre existirão aqueles que vão nos ajudar. Para o frio, lhe dou uma dose de conhaque. Para a fome, uma lata de cerveja. E para a sede uma dose de vodka. Cheers fuckers!

Zaratustra

Morte em fragmentos



Uma vez que não durmo, penso. Estava pensando que a morte não é um marco, mas algo que acontece diariamente. O otimista diz "ganhei mais um dia de vida". Eu digo "morri mais um dia".

Zaratustra

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Niilismo: entre o vazio e o nada!



Amigos! Por muitas vezes falei aqui sobre o niilismo, me mostrei adepto a essa ideologia, a essa corrente de pensamento pessimista e destrutiva, mas em momento algum parei para explicar um pouco da essência da coisa, um pouco da existência do inexistente, do vazio da máquina que nos corrói dia após dia, nos distanciando cada vez mais daqueles meros mortais, que acreditam na construção, no preenchimento completo daquilo que julgamos, como niilistas, um simples corpo vazio. E esse sentimento constatado de completo vazio nos alimenta diariamente para poder mantermos um ritmo de tristeza amarga e lenta, de vazio inerte e de descrença em qualquer tipo de solução para nossos problemas.

O termo niilista vem do latim nihil que nada mais significa do que "vazio, sem forma, nada", e por isso que utilizamos o termo vulgarmente para designar algo oco. A primeira vez que esse termo foi empregado, por um romancista russo, o sentido da palavra niilista era mais algo do tipo contestador, esbravejador dos costumes morais. Traduzia o pensamento daquele ser que contestava os costumes morais, que não aceitava a sociedade com seus costumes. Nada mais do que um termo para explicar os pensamentos de um ser humano da contra cultura, de alguém que batia de frente com o resto da sociedade e, inevitavelmente, com os costumes de tal sociedade. Porém, foi com o autor Friedrich Nietzsche que o termo ganhou o uso mais tradicional atualmente, de vazio e nada. Para o filósofo alemão, o niilista era aquele ser humano que não tinha um objetivo para estar vivo. Simplesmente estava. Não possuia quaisquer objetivos, ou intuitos, ou emoções. Vegetava, passava os dias esperando o próximo sem pensar no futuro. Era um carpe diem um pouco mais destrutivo e apático, digamos assim.

Pois bem, após as devidas explicações, necessito falar aqui um pouco sobre ser adepto do niilismo. Na minha juventude já fui um ferveroso niilista, no estilo mais puro e mais tradicional. Me recordo de algumas coisas daquela época, tais como, não cortar cabelo ou fazer barba, usar as roupas sempre iguais, sem apego nenhum à aparência. Isso porque, se você acredita que está no nada e vai para o nada, qual é a razão para que você se preocupe com aparência. A aparência para um niilista, não passa de vaidade. E a vaidade é algo com objetivos claros, tais como, ser aceito dentro de uma sociedade, procurar um relacionamento afetivo, entre outros. Portanto era desnecessário que eu me preocupasse com isso. Outra ponto importante para ressaltar é no que tange ao uso de drogas e alcool. Ambas substâncias são para o prazer momentâneo e prejudicial para o futuro. Sendo assim, muitos niilistas abusam desse tipo de coisa, uma vez que se estamos no nada e vamos para o nada, não há sentido em se preocupar se amanhã estaremos de ressaca, ou mortos. Isso tanto faz. Portanto, nessa minha época de niilismo mais pesado, abusei de diversas formas, sem me preocupar com as consequências futuras daquilo que eu praticava.

Não vou me delongar muito, senão o post ficará deveras chato (mais do que já está), mas em tese, em resumo do que foi dito, vamos designar o niilista como uma pessoa que:

- Acredita que estamos no nada. O nada como essência de nada, como o vazio. E que acredita que do nada, o lugar pra onde vamos, independente do que façamos, continua sendo o nada, portanto, não exixte evolução alguma.
- Não se preocupa com o amanhã. Uma vez que estamos num lugar hoje, e amanhã estaremos no mesmo lugar, não há porque se preocupar com a apatia.
- O niilista é um sujeito apático. Não espere de um niilista uma palavra de carinho, um gesto diferenciado. O niilista não tem a menor motivação para resolver problemas. Simplesmente o ignora e finge que nada aconteceu.

Bom, acho que a explicação sobre o niilismo ficou clara e sucinta. Vale ressaltar portanto, que o niilista não é um individuo que busca a reabilitação através do ser humano. Se o niilista for mudar sua ideologia, será algum dia por si só, sem a intervenção dos que o cercam. Gostaria de deixar registrado aqui meu grande respeito aos niilistas. Vivamos entre o nada e o vazio, seus filhos das putas!

Zaratustra

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Afetos, afetos, afetos!




Ahhh, malditos sejam os que vivem na era do vazio. Uma era em que ninguém se importa com ninguém, em que a vaidade prevalece, em que os afetos são vazios!
Os afetos, como sentimos falta dos nossos afetos, que antigamente existiam aos montes! Hoje em dia ninguém confia em ninguém, e as pessoas estão cada dia mais solitárias!
E o pior é que as pessoas pensam que tem amigos! HAHAHAHA Eles não entendem que esses amigos, assim que tivessem a oportunidade de foder com eles, foderiam facilmente!

Ahhhh malditos sejam os afetos atuais, que de nada servem. Prefiro ter várias rochas ao meu lado, rochas, isso mesmo, rochas, daquelas que estão mortas mesmo, as inanimadas, do que me cercar de pessoas vazias, interesseiras, que sei que não tem afeto por mim!
Que morram as pessoas, como eu tenho nojo das pessoas, malditos seres humanos!
Vou me trancar, com as minhas pedras, chamá-las de amigas, partilhar segredos, revelar frustrações... Sei que o carinho delas é mais sincero do que do ser humano!

Ahhhh malditas sejam as pessoas que habitam esse lugar! Como eu gostaria, como eu iria amar, se a teoria do fim do mundo fosse concretizada. Como eu desejo que tudo fosse limpo!
Aos que acham que eu tenho medo da morte, aos que acham que me afugenta a sensação de me perder no tempo e espaço, que me aguardem no inferno!
E se o mundo estiver acabando, estarei sentado, com uma garrafa de whisky numa mão, um maço de cigarros no bolso e me sentirei espectador da limpeza, a limpeza daquilo que um dia se designaram afetos, mas que na verdade são apenas merda materializada em carne e osso!


Zaratustra

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

A verdadeira ilusão



A verdadeira ilusão. O que é a verdadeira ilusão: é a esperança! A esperança nos ilude a acreditar nas coisas, a achar que o ser humano tem jeito, que o mundo vai ser um lugar melhor, mais alegre, mais colorido, mais cheio de vida. Um lugar em que existirá altruísmo massivo e a vaidade será apenas uma lenda. As pessoas não mais se importarão em ostentar as coisas, como é nos dias de hoje. E como ostentam! Sujos, malditos, imundos! Ostentam tudo que tem para todos que conhecem. A todo momento nas redes sociais só vemos pessoas mostrando seus equipamentos eletrônicos de última geração, viagens internacionais, baladas de luxo! Ostentam seus namoros, e como ostentam! Vemos fotos e casais felizes, como se jogassem na nossa cara suja e niilista "Nós temos aquilo que vocês não tem, que nunca vão ter! Morram de inveja seus babacas!" E gostam disso. A cada curtir de uma foto ostensiva, é um orgasmo do ostentador! Malditos, malditos, malditos! Tomara que se afundem em dívidas, que nunca mais possam ostentar como fazem hoje. E aos casais felizes, tomara que esses relacionamentos acabem com uma tristeza e um ódio de igual ou maior força ao atual amor de vocês! Tomara que hajam dezenas de pessoas destroçadas com o término desses relacionamentos de merda! Odeio, odeio todos eles! Sinto inveja a todo minuto e a todo instante!

E ai lhe pergunto: esperança? Esperança pra que? Não vale a pena insistir nessa verdadeira ilusão, nesta ostentação vazia e desnecessária! Não nos apeguemos a essas verdadeiras ilusões. Vamos nos lembrar sempre daquele niilismo que foi a única estrutura no fim de nossa adolescência sem família ou amigos. "Viver do nada para o nada. Tudo é vazio!"

Zaratustra

Cansado...


Cansado...
De ter que assistir as coisas de uma forma tão fulgaz e tão sem sentido, como estão sendo ultimamente. As reclamações são muitas. As pessoas cada vez mais reclamam de coisas que são completamente inúteis ao próprio ser humano como indivíduo. Porra, só porque você não tem dinheiro pra comprar um Iphone, isso não é motivo de desespero. Completamente idiota!

Cansado...
De lutar contra mim mesmo, uma luta que parece que não vai ter um vencedor, uma luta em que a derrota parece inevitável. Por mais que eu tente, eu não consigo me esconder daquilo que faz mal pra mim. Eu busco isso. Isso me sacia, esse âmbito de se sentir mal, essa tristeza irremediável, esse caminho sem volta que eu comecei a trilhar e não consigo sair mais.

Cansado...
De ouvir o que tenho de ouvir. Há tempos que não tenho uma conversa construtiva com alguém. São somente bobagens, bobagens sem o menor propósito, sem nada a oferecer. E, infelizmente, tenho que fingir que está tudo bem, que me importo com aquilo que ouço. E como falam! Não param de falar nem sequer por um minuto. Me sinto emburrecido a cada dia que passa!

Cansado...
Simplesmente cansado mesmo. Talvez seja a hora de parar de nadar, de olhar as coisas de uma forma completamente passiva, de não se importar de verdade com as coisas ou com as pessoas. Talvez seja hora de parar de beber, e simplesmente vegetar por aí, sem se preocupar com a abstinência do alcool, que certamente me levaria às lágrimas e à depressão profunda...

Zaratustra

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Eu ria, eu ria, eu ria...



Que saudade daquela vez que estávamos juntos
Perto daquele lugar em que você caiu certa vez
E eu ria, eu ria da sua queda
E depois a gente riu da situação toda...

Saudades do seu riso fácil,
Saudades do seu pensamento filosófico,
Saudades das putarias,
Saudades das suas broncas e conselhos

Apesar de não falar com você
Bebo todas as noites, sempre estou bebendo
Na verdade o alcool é para ao menos
Esquecer o seu rosto

Não quero mais lembrar do seu belo rosto
E do seu belo corpo
E de tudo o que fazíamos com ele
Eu ria, eu ria, eu ria de tudo o que fazíamos
O meu mundo era felicidade multiplicada por felicidade
E eu ria, eu ria sempre de tudo
E você me falava que eu era um idiota por ter aquele sorriso no rosto
Pois bem, queria estar rindo agora
Queria ser um idiota novamente

Zaratustra

Ode ao alcool!



Olá amigos! Bom, mais uma noite de alcoolismo de minha parte. E, para variar, dessa vez pedi a ajuda do genial Sócrates para definir o tema da escrita. E ele, me conhecendo bem, sabe o que escrevo de melhor: o alcool. O alcool, para mim, não é só uma diversão, não é só um tipo de bebida. É muito mais do que isso, é um estilo de vida. É alguém que está ali nos seus momentos difíceis. Alguém que te ouve quando você não está em um bom dia. É algo que sempre lhe acompanha. Com dinheiro, ele está ali, na forma de whiskys caros... Na pobreza, sem problemas, ele está ali como uma garrafa de Pedra 90 misturado com Dolly Cola. Portanto, o alcool não merece ser menosprezado por nenhum de nós, pois ele pode salvar famílias de rupturas e seres humanos de atitudes desesperadas!

Vou contar a todos uma experiência minha, muito particular aliás. Vou dar uma mudada na história para não me expor muito, mas a essência é a mesma. Quando estava terminando aquele meu relacionamento sério, do qual sempre falo a todos, inclusive aqui no blog, estava tendo muitas dificuldades. Na época, bebia somente aos finais de semana, entre amigos, nas festas da minha vida. Porém, essas dificuldades me levaram a um novo hábito: beber todos os dias, inclusive durante a semana. Não digo que foi algo simples, algo fácil de ser feito. Diversas vezes acordava mal, gorfava no chão, passava mal a caminho da faculdade. Porém, o objetivo principal, que era esquecer a noite anterior, era sempre conquistado! E tudo isso graças ao alcool! Que néctar dos deuses, que bebida divina!

Os bêbados sempre acabam sendo as melhores pessoas do mundo. Pense bem: um homem alcoolatra é sempre mais honesto do que um homem sóbrio. O alcoolismo faz você falar as verdades engasgadas para todos que merecem ouvir. É como diz o ditado: o alcool entra e a verdade sai. Imagine um mundo onde todos fossemos bêbados e degenerados? Imaginem a felicidade de todos, conversando entre si coisas sem sentido, rindo, gorfando, caindo no chão e levantando depois... Seria lindo demais, mais lindo do que qualquer concepção de mundo ideal! E focaríamos nossas vidas para o alcool, sem nos preocuparmos com as malditas vaidades. Olha-se o carro do vizinho com inveja, queremos ter um melhor. Mas com o alcool, não importa sua condição financeira, você certamente conseguirá ficar bêbado. Seja com pinga barata ou bebida importada!

Falando em bebida barata, que espécime linda são aqueles tiozinhos de boteco, aqueles que bebem Velho Barreiro! Pessoas simples, humildes, que não se dão ao luxo de ostentar belas brilhosas roupas. De fato, geralmente estão sem camisa. E quando vemos eles andando pelas ruas, falando aquelas frases sem sentido algum... Existe algo mais belo do que a falta de nexo em uma frase. Percebemos que eles falam nada com nada, mas nesse nada, sempre encontramos uma lição de carinho e amor. E o que falar de quando eles estão caídos no chão, tomando sol, depois de terem tomado uma garrafa de pinga? É quase como o nirvana no budismo. É um estado de êxtase tamanho, que é necessário o relaxamento por completo. Nesse momento, a sabedoria toma conta desses seres, e basta virarmos a cabeça deles de lado para vermos as ideias brotarem e escorrerem pela calçada a fora, misturada a muito alcool e coxinha barata!

Bom amigos, não vou me delongar. Creio que a minha ode ao alcool está demasiadamente bem explanada. Espero que todos continuem bebendo muito, e alcançando essa alegria que alcanço todas as noites!

Zaratustra

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Quando saímos do banho ainda mais sujos!



Um banho
Ele representa a limpeza
Mas nesse banho, somente nele
Estou acompanhado dela
Que não é algo que chamo de amor
Mas ao menos é uma mulher

Um banho
Quando se está sozinho, geralmente nos limpamos
E pensamos na vida, sempre
Sempre bom né, lembrar das coisas a fazer
Gastar a energia, a água, pensando groselhas
E sairmos limpos, com um frescor no ar

Um banho
Quando eu tomo banho com essa mulher
Eu não consigo ficar limpo
A gente começa com a ideia de "vamos nos limpar"
E ai que ela começa a esfregar as minhas costas
Eu esfrego as costas dela também, com muita calma
E então pensamos "Puxa, tem que lavar o resto do corpo"
E aí não presta, porque ela me dá a ideia de ensaboar minhas bolas
Excelente ideia! Agora o meu pênis está duro!
Temos um problema, ela pensa... Apesar que com o pênis duro
Fica mais fácil de limpar sua total extensão
E aí que problemas de verdade começam, uma vez que eu limpo a buceta dela
E ela limpa meu pênis com movimentos masturbativos
E eu, como sou um cara limpinho, quero limpar a buceta dela por dentro
Tipo, quando você lava um copo... Você lava as bordas e por dentro
É sempre bom deixar tudo limpinho, tudo no esquema
E eu lavando um copo, ela lavando uma colherona de pau
Porra, a gente já tinha lavado o corpo todo, aí limpamos as genitálias
Não dá, não me aguento... Em um sexo selvagem embaixo do escorrer da água
Faço nossos corpos ficarem sujos de novo
Ahhh que merda, penso eu. Agora tem porra no corpo dela e para todos os lados
Estamos suados, pareceu que não tomamos banho
Mas as pernas estão muito cansadas para nos lavarmos de novo
Só uma passadinha de água no corpo deve ser o bastante
Nos enxugamos com a toalha e vamos para cama, meter de novo

Um banho
Quando é feito em casal nunca dá certo
É nesse tipo de coisa que saímos mais sujos do que entramos
Mas ao menos é mais prazeroso do que um banho comum
Regado a pensamentos groselhentos e limpeza

- Inspirado no mestre Charles Bukowski e sua poesia "O Chuveiro"

Zaratustra

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Tristeza, alcool ou verdade? Não sei ao certo...



Os relacionamentos. Tema frequente na minha escrita, na minha poesia, nas minhas crônicas, no meu alcool, no meu gorfo... Sempre eles. Sempre eles me fudendo, me fazendo rastejar sobre toda essa esperança largada e esparramada do chão mórbido e frio daquilo que chamamos de vida. Sempre o que me leva a escrever da pior forma possível, daquela que desanima a pessoa mais feliz e ajuda a afundar mais e mais as pessoas que já estão no fundo do poço. Sabem daquela história "Bom, você chegou até o fundo do poço, daí não se desce mais, só se consegue subir!"? Pois bem amigos, lhes afirmo que, friamente analisando, é possível estar no fundo do poço e ir mais fundo, tendo apenas uma pá e força de vontade. Sempre podemos cavar mais e mais, até o ponto em que chegaremos e não conseguiremos cavar pelo simples fato de estarmos mortos por algum motivo.

Mas enfim, hoje, apesar do nome do post conter a palavra alcool, estou sóbrio e careta. Não estava muito na pegada de encher o copo com aquele líquido que corrompe meu amado e laborioso fígado. Estava na minha, estava tranquilo, quando comecei a pensar. E por favor, não pensem que eu pensar seja algo bom. Na verdade faço o possível para evitar isso (inclusive bebendo pra caralho), mas algumas vezes eu não consigo. E não tenho outra opção quando isto acontece, a não ser me entregar e torcer pra não dar muita merda, para que ninguém saia muito prejudicado. Pois bem, relacionamentos, vamos lá.

Eu não entendo como algumas pessoas namoram com prazos de validade. Na verdade, todo mundo acaba sozinho, seja de uma forma ou de outra. As pessoas se casam, mas se separam. Constroem famílias, mas passados alguns anos, destroem elas com a mesma volúpia que as construiram. Já presenciei longos relacionamentos que acabaram não dando certo. O engraçado de tudo isso é que as pessoas sempre dizem "ahhh mas com Fulano não deu certo por causa dele... Fulano era muito chato, não estavámos bem, mas isso por causa dele (ou dela)". Mas na verdade, e agora eu estou passando a compreender isso, o problema somos nós mesmos. Não digo uma ou outra pessoa em específico, mas o ser humano como todo. O ser humano é abastecido através de esperança. Acho que já falei isso em um post anterior, mas enfim, ele é abastecido com esperança. O homem sem esperança acaba se tornando somente um vegetal, um poço de apatia sem nenhum tipo de intuito ou vontade. Digo isso para todos os campos do ser humano, como as instituições familiares, religiosas, o campo profissional, do aprendizado e por aí vai. Com certeza o campo dos relacionamentos também é válido para tal hipótese. Nós sempre temos que acreditar que o nosso próximo relacionamento pode dar certo, que pode ser diferente. Mesmo quando não sentimos muita confiança nele, batalhamos, lutamos, tentando manter ele firme. Mas o fato é que os relacionamentos, assim como todas as coisas na vida, são passageiros. Amigos, família, trabalho, tudo isso tem começo, meio e fim. É o círculo da vida, algo sempre mutável e muitas vezes instável.

A grosso modo, o que procuro dizer e entender aqui é o seguinte: Porque construir algo que sabemos que vai morrer? Pra que investir em algo que sabemos ser muito volátil, muito raso, como são os relacionamentos. Um relacionamento é como um cachorro. No ínicio é tudo lindo, você ama, faz carinho. Com o tempo, aquele cachorro já não é mais tão bonitinho, você só vai dando ração e torcendo pra ele não reclamar muito. Até que um dia ele morre, e é aí que você chora. Aí que você fica triste. Mas quando ele tava lá, vivo, você era a apatia em pessoa. Isso acontece porque quando uma coisa morre, costumamos, quase sempre, somente lembrarmos das partes boas daquilo. Com o cachorro/relacionamento, não é diferente. Lembramos de tudo que foi bom nele. Mas o ser humano é idiota, burro, babaca, trouxa e afins. Porque quando você pega uma porra de um cachorrinho, você sabe que aquela merda vai morrer um dia! Mas não, você insiste em pegar. Pegar um cachorrinho e iniciar um relacionamento é pedir para sofrer! É o serr humano, dando um auto tapa na cara dizendo "Por favor, eu quero me fuder daqui uns anos! Quero chorar daqui uns anos, ficar mal pela morte disso que estou dando à luz agora!"

Sabem porque que as pessoas ainda tem filhos? Porque apesar de tudo elas ainda se motivam a colocar mais e mais seres humanos no mundo? Por duas razões. Primeiro que o ser humano, pela sua estrutura biológica e psicológica sempre teve o desejo de ser eterno, ser perpetuado. O ato de ter um filho é meio que dizer "Bom, a minha linhagem vai permanecer na Terra. Meu sangue ainda vai continuar aqui. Posso dizer que ajudei a minha família, os meus herdeiros, a chegarem mais distante no tempo." Esse motivo é o mais clássico, o mais "antropológico", se assim podemos dizer. E como segundo motivo (este mais particular e contextualizador da minha ideia), é que o pai e a mãe sabem que seu filho vai morrer depois deles. É claro, uma fatalidade pode ocorrer, mas se o mundo andar como se espera, os pais morrem, depois os filhos, os netos e assim sucessivamente. Imaginem, jovens aspirantes a pais, se soubessem que seus filhos morreriam antes de vocês. Que uma mãe ficou grávida nove meses, deu à luz a uma vida e assiste de camarote toda a degradação, a deteriorarização dessa mesma vida, culminando com a sua morte? Que ser humano suportaria conviver com isso? É claro que para uma mãe ou um pai não é fácil perder um filho, mas isso só é superável porque acontece de repente. Mas e se essa mãe e esse pai já soubessem com antecedência que estão colocando algo no mundo para morrer, para assistir a morte de algo. Imagino que, se assim fosse, os índices de natalidade seriam muitos, mas muitíssimos menores. Pra que dar a luz a algo que vai morrer? Porque isso? E amigos, pasmem, um relacionamento é isso. Você constrói algo que vai morrer antes da sua própria morte. Você inicia algo sabendo que vai matá-lo (ou no mínimo ajudar a matá-lo), dentro de alguns anos. Então, qual é o sentido dessa porra toda!?

Os mais críticos podem afirmar "Ahhh, mas a vida tem que ter seus prazeres, mesmo que saibamos que sejam só de momento. Tentar fazer durar aquilo. Que seja eterno enquanto dure". Beleza. Mas então porque mentir? Pra que fingir que está namorando para ficar pra sempre. Por que não falamos "Porra, vamos ver se essa merda dá certo por algum tempo!" Sejamos honestos uns com os outros! Caralho! Não sei se eu que sou extremista demais, eu devo realmente estar errado quando afirmo essa porra toda, mas as pessoas usam as palavras hoje em dia como se fossem lixos. Trocam frases românticas, versos, ditos de "Eu te amo", como jogam um papel higiênico no lixo. As palavras estão vazias, como os relacionamentos. Dizem que se amam e um dia depois estão se separando, se traindo, sendo falsos, sarcásticos... Porra, as palavras devem ser usadas com o máximo de cautela, não se deve desperdiçar palavras com sentimentos que não existem! Buceta! Cu! Caralho! Porra! Merda! Isso é ódio, ódio real expressado com palavras, sem nenhum desperdício!

Outro dia, infelizmente, (ai caralho, não sei como ainda não furei meus tímpanos, na boa) ouvi uma mulher dizer que está namorando um cara "porque foi indo, foi indo, ele pediu ela em namoro, ela não queria mas ficou com medo de magoar e acabou aceitando, mesmo não gostando muito dele" Porra! Não gosta, fala a verdade caralho! "Olha Ciclano, você até que é bacana, mas namorar não dá" Pronto. Agora não, é mais fácil omitir agora pra fuder com tudo lá na frente. Aí que vai levando, levando, aí casa, tem filhos, aí a mulher surta e resolve terminar esse caralho. Porra, são anos e mais anos desperdiçados! As pessoas não tem noção que quanto mais desonestos somos, mais tempo acabamos perdendo? Se fuderem nesse caralho viu!

Enfim, já falei demais, o recado tá dado e não vou me delongar. A mensagem principal dessa porra toda é que sejamos honestos e não tornemos as pessoas e as palavras vazias. Vamos tentar manter o mínimo de respeito pelas pessoas que gostam de nós, sem ludibriações e mentiras.

Zaratustra

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Meu gorfo, meu gorfo!



Meu gorfo, meu gorfo! Esse excremento horrendo, fedido, um misto do cheiro da vodka que eu engulo com a amargura que eu carrego
Quero gorfar no ser humano, naquele mesmo ser humano que vejo sempre, rindo, brincando, dançando, falando bobagem, falando da novela. Que ódio dos ignorantes! Que inveja dos ignorantes!
Ao mesmo tempo que os odeio, os invejo, porque eu sei que eles não tem gorfo, eles não passam mal, e mesmo se gorfassem, seria algo mais limpo do que o meu, menos amargo, menos fedido e menos alcoolatra
Esses mesmos que se fodem, que se amam, que fodem uns aos outros, arrombando os cus e as vaginas sociais
Essas garotinhas, quero gorfar nas garotinhas... Nessas de vaginas firmes e úmidas, que saem por aí sorrindo da vida, olhando as árvores, pensando em novelas, se apaixonando e se desapaixonando por moleques como elas
A força do meu gorfo não consegue matar alguém, mas o ser humano teria que nadar no meu gorfo, eu exijo que eles nadem no meu gorfo! Eu exijo que eu esteja nessa banheira, nesse gorfo nojento, criado a base de gorós e frustrações, vodkas baratas, whiskies caros, cigarros variados, charutos finos, mas que em tese não presta também, assim como o que "guarda" o gorfo, o meu corpo magro e mórbido
Mas eu juro, eu juro por um Deus que eu não acredito, que ainda algum dia o meu gorfo, somente o meu gorfo, vai acabar com tudo que é merda nessa porra desse mundo
O meu gorfo será expelido em tudo o que se move, em tudo o que pensa, em tudo o que finge, que trai, que mata, que ama e depois deixa de amar
Dizem que meu gorfo é algo extremamente nojento... essas putas baratas de rua, me veem gorfando nas esquinas mijadas do centro sujo e velho da cidade e têm nojo... nojo do meu gorfo fedido e bêbado
Mas eu tenho muito mais, mas muito mais mesmo, nojo das pessoas em que meu gorfo tem que ir, que ele tem que ser esparramado, dilacerando esses corpos, sustentados à música ruim, carnaval e novela
Meu gorfo, meu gorfo! Esse excremento horrendo, fedido, um misto do cheiro da vodka que eu engulo com a amargura que eu carrego
Ele é um cu sujo, ele não vale nada, não vale as bolas que tenho entre as pernas, mas é a minha única arma de defesa para toda essa merda que eu vejo desfilando nas ruas... o meu gorfo vai me salvar de tudo; o meu gorfo vai destruir tudo; o meu gorfo vai me destruir!

Zaratustra

Amor, Paixão, Romance e Sexo



Existe um estágio, profundo, quase submerso entre litros e mais litros de bebidas alcoolicas, que destroem meu fígado dia após dia
E que neste estágio, muitas vezes o ódio se confunde com outros sentimentos, como inveja, cólera, ira, fúria, raiva e todos os outros sinônimos de sentimentos semelhantes
Não quero entrar em questões semânticas, nisso não me aprofundo
O meu olhar, geralmente triste, a minha revolta, geralmente vazia e sem sentido
Está se direcionando neste momento a todos os casais do mundo
Estes seres humanos, que com palavras falsas, atitudes forçadas... Seres humanos médios, com atitudes médias, vazias, com mentiras transbordando dos seus copos de bebidas caras, os seus licores de aproveitamento, a sua tristeza e a sua manipulação
Casais afundados nas suas fodas nojentas, suas fodas sem sentido. A alegria forçada antes, durante e após o coito.
Mas por dentro são vazias. O amor passa. A paixão passa. O romance passa. O sexo, bem, o sexo, é só alegria temporária. O sexo não tem sentido algum, como qualquer outro sentimento expressado por esses casais médios, que carregam dentro de si um rancor, um amargor, um misto de frustração com esperança
E essa esperança, quase infantil, tenta se impor sobre o resto das coisas, mostrar que existe de verdade
Esses casais, malditos sejam esses casais, andando de mãos dadas por aí, pelas ruas, esquinas e bares dessa cidade suja e sem esperanças, sem olhos para a cidade... somente trocam olhares entre si, e essa alegria, essa falsa alegria, isso me corrói, transborda a cólera do meu copo de vodka, faz o alcool virar água, me faz beber e cair e beber mais
Espero, do fundo do meu coração espero, que não existam mais casais no mundo
Que ninguém foda ninguém, que todos sejam sozinhos, solitários e amargos como eu... que o coito não regule um sorriso, um sentimento
Me resta sentir o cheiro da bosta fétida expelida por esses casais que odeio, em filmes, séries, tudo gira em torno de relacionamentos vazios, traições, açoites entre pessoas que falavam que se amavam, que diziam que ficariam juntas para sempre
 Mas por dentro são vazias. O amor passa. A paixão passa. O romance passa. O sexo passa.

Zaratustra

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Aos que acham que eu possa me matar



Aos seres que por acaso imaginam, mesmo que seja de leve, que algum dia esses atormentados pensamentos possam me levar à morte forçada (ou suícidio), tem de ser tranquilizados. Não se preocupem, pois enquanto eu tiver força para levantar um copo e um livro, me manterei aqui escrevendo groselha, lendo groselhas e bebendo groselha... com vodka!

Zaratustra

sábado, 29 de setembro de 2012

Um poema bonitinho - Parte 02



Depois que me separei
Para nenhuma mulher eu me entreguei
Porém meu esperma sempre está por aí
Esporrando porraí

Não venha me dizer que sou gay
Só porque não namoro
Se ainda não me entreguei
É porque gosto de gozar no colo

E se eu comer um cu sujo de merda, bolo e chocolate
Vai surgir um cachorro, que poeticamente late
"Au, au, au, au"
Não cachorro... Não pode chupar meu pau

Sem mais delongas termino por aqui
O que resta é limpar o meu pau na cortina, tirando o resto com uma meia!

Zaratustra

Sem sentido #07



Duas mulheres conversando:

- Ai amiga, meu cu dói.
- Porque amiga?! Porque seu cu dói?
- Porque ontem eu dei ele.

Zaratustra

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Manual para arrumar uma namorada!



Amigos! Andei reparando que muitos amigos meus estão tendo dificuldades para arrumar uma namoradinha, bonitinha e carinhosa. Para ajudá-los, resolvi fazer um pequeno manual, com os passos para sair da seca e finalmente enfiar o pau em algum lugar que não seja uma meia ou uma mão. Bom, sem mais delongas, vamos aos itens necessários.

1. Minta como um pescador!

A mentira é a base de toda a relação. Afinal, ela não vai gostar nada de saber que você bebe pra caralho, fuma frequentemente, usa drogas eventualmente e já comeu metade do bairro. Portanto, um relacionamento saudável começa com as mentiras sobre o seu passado. Se ela perguntar qualquer coisa, vá sempre pelo lado da resposta mais plausível e sensata. O uso da negação é sempre ótimo. Negue que você ficou com Fulana, que gostou de Ciclana, que trepou com duas ao mesmo tempo. Sobre o seu passado, invente um mundo cor de rosa, isso vai criar uma ideia boa de você pra ela. E durante o relacionamento, vale sempre lembrar: todos os seus amigos são santos. Eles não bebem, não fumam e não arruaçam. Se você cometer o grave erro de falar que seus amigos são umas merdas, já se prepare para ficar todo sábado com ela no shopping, vendo roupas, ouvindo ela falar groselhas e assistindo um filminho maroto. Se ela achar que eles são santos, sempre vai aceitar numa boa qualquer rolê que você queira fazer com eles. Ahhh e sempre tem a ligação né. Ela sempre liga pra você quando está com seus amigos. Para agir nessa hora, basta fazer isso:

- O que realmente está acontecendo na festa:

Garrafas de vodka no chão, alguém gorfando, cheiro de cigarro em todo canto, sexo nos quartos, uso de drogas nos cantos.

- O que você fala que está acontecendo:

Garrafas de refrigerante em cima da mesa, uma festa somente com homens, todos jogando video-games e comendo salgadinhos.

Assim, você manterá uma boa relação com ela, e conseguirá manter as suas amizades porras loucas intactas também. Portanto, creio que esteja claro: minta como um pescador!

2. Seja um canalha!

A canalhice é um fator importante em um relacionamento. As mulheres são animais confusos. Elas dizem que gostam de serem bem tratadas, mas não é isso. Basicamente, tudo o que ela fala, você pode entender o contrário, que é isso que elas querem dizer. Se ela falar "sim", entenda como um "não". Se falar que está tudo bem, com certeza nada está bem, e assim por diante. Portanto, elas dizem que querem alguém carinhoso, atencioso, amoroso e blábláblá, mas na verdade querem os canalhas. Para ser um bom canalha, é só seguir umas regrinhas simples:

- Seja bem grosso com ela. Critique tudo o que ela faz, chame ela de burra, diga que gosta de ver outras mulheres. Diz que assiste muito pornô porque ela não te satisfaz.
- Xingue ela bastante, sempre respondendo de forma totalmente honesta aquelas questões que elas fazem esperando uma resposta contrária, como por exemplo "Amor, eu estou gorda?" Você responde "Sim, você está enorme. Não adianta usar roupa preta, porque essa roupa não vai fazer exercício por você sua baleia flácida." Sempre de forma bem seca, claro.
- Não deixa ela sair com ninguém além de você. Ela que se foda se quer sair com as amigas! Se for amigo homem então, nem se fala. Não vai sair com ele em hipótese alguma. Ela só pode sair com você, no dia que você quiser e pra onde você quiser.
- Saia com seus amigos, beba muito, farreie, arruace. Se ela perguntar alguma coisa, você segue o primeiro passo. Minta!

A canalhice é algo simples de ser feito. Só vai exigir de você um pouco de amargura, frieza e seriedade. Se você conseguir ser frio e seco o suficiente, a canalhice vai ocorrer naturalmente.

3. O seu dinheiro é seu e de mais ninguém!

Pois é, sabem aquela história de que carro que eu não ando eu não abasteço. Esqueça. E se você tiver andando no carro, você abastece? É claro que também não! Ela que pague as coisas dela! Se você começar a pagar um sorvete, quando for perceber vai estar comprando roupas e mais roupas para ela. E pense bem: todos sabemos que essas porras de namoros nunca duram pra sempre né? Você vai realmente gastar dinheiro com uma buceta que vai te largar na primeira oportunidade, no primeiro carinha melhor que aparecer? Melhor não né. Gastar dinheiro com mulher é que nem pagar aluguel. Você gasta mensalmente para colocar coisas dentro, mas quando não coloca mais nada dentro, todo o dinheiro que você gastou foi pelo ralo! E se for pra gastar com mulher, sai mais barato você ir num puteiro. Veja bem:

- Namorada:                                                                        - Puta:
McDonalds - R$20,00                                                        Programa - R$ 150,00
Cinema - R$20,00
Motel - R$ 80,00
Transporte - R$ 15,00
Roupas, presentes e afins - R$ 30,00

Tudo isso vezes 4 (já que são                                              Tudo isso vezes 4 (já que são
4 finais de semana no mês)                                                  4 finais de semana no mês)

Total:  R$ 660,00                                                               Total: R$ 600,00

Isso é só um esboço, você pode até acabar gastando mais, dependendo do rolê que você faça, aonde leve ela. Acho que contra números não existem argumentos né?

4. Traição, traição, traição!

Outra coisa que as mulheres gostam mas falam o contrário. O homem que não trai é um futuro homem solteiro. A explicação é simples: quando um homem é fiel à sua namoradinha, acaba caindo na rotina. O relacionamento começa a cozinhar e aí que ele não consegue corresponder muito bem. Agora quando o cara está traindo, ele meio que se "reapaixona" pela sua namorada, uma vez que ele tá comendo outra. Bate uma saudade daquela buceta arroz com feijão que você come sempre. É legal comer um BigMac, mas sempre vai bater a saudade da comidinha básica. Ah, você tem medo de dar uma merda e ela descobrir a traição? Outro erro craso da maioria dos homens. O homem quando é pego traindo, costuma já ir pedindo desculpas, e isso que fode tudo. O certo é agir assim:

- Luís Augusto! Você está me traindo! Peguei no flagra!
- Tô sim. Você não tá correspondendo em casa, me estressando muito! A situação estava insuportável!
- E ainda joga a culpa em mim?! Deve estar louco!
- E digo mais: você é uma doida paranóica, que fica me seguindo, me sufocando. Você está errada nessa merda toda. Se eu estou te traindo é porque eu te amo e não queria terminar com você.
- Mas como você pode fazer isso Luis Augusto? Porque você não conversou comigo?
(Percebam que os papéis estão se invertendo...)
- Você não me dava abertura, não conseguia falar com você. Mas isso é puramente carnal, o amor que eu tenho é só com você mesmo. Com ela é só sexo.
(Sempre mentindo, isso é fundamental...)
- Entendi. Mas não consigo suportar isso. Acho melhor terminarmos...
(Quando ela fala isso, ela espera que você chore e esperneie, mas você faz justamente o contrário...)
- Beleza. Estamos ambos solteiros a partir de agora!

Aí que você aguenta um pouco de chororô, ela termina com você. Dentro de no máximo um mês ela vai te procurar, vai dizer que não aguenta ficar sem você e blábláblá. Pronto, aí você volta com ela e continua comendo seus BigMacs, Whoppers e Habib's eventualmente.

5. Aguentar ela falar...

Mulher gosta de falar. Elas falam o tempo todo, sem parar e nunca falam nada construtivo. É só groselha, groselha e groselha. Imagina uma piscina olímpica de groselha. É isso que ela fala por dia. Exatamente uma piscina olímpica de groselha, só isso. Esse item eu coloquei no final porque particularmente acho o maior obstáculo na relação. Sejamos honestos. Ouvimos as groselhas para poder colocar algo na boca delas depois. Por isso que homem gosta de receber um boquete. Não é pela massagem peniana, e sim porque é uma forma da mulher ficar quieta sem ela perceber que está calada. Porém, nem só de boquete vive um homem. Vão existir aqueles rolês em shopping, que ela vai falar bastante. E pior: você não vai poder estar bêbado nessa hora. Se bêbado já é foda, imagina sóbrio... Vixe! Enfim, vou dar algumas dicas para que seja menos pior ter que aguentar ela falando.

- Um sorriso e uma balançada de cabeça é fundamental. Não esqueça de já deixar o sorriso pronto, e quando ela fizer uma pausa um pouquinho maior (uns cinco segundos de pausa é geralmente o tempo padrão delas), você balança a cabeça afirmativamente. Isso é a base de tudo, importantíssimo!
- Quando ela está falando, com certeza não é nada de importante. Portanto, você não precisa prestar atenção. Tente ignorar, sempre seguindo o passo de cima, e aproveite para pensar no que realmente importa, como a bebida que você vai comprar, o novo jogo que vai jogar, a bunda da mulher que acabou de passar por vocês... Assim o tempo passa mais rápido e você já vai adiantando os seus planos.
- Se por acaso durante a "conversa" ela te fazer uma pergunta, olhe para ela. Com certeza você não sabe qual é a pergunta, mas isso ela não pode saber, umas vez que ela pensou que você estava prestando atenção na merda toda. Mas às vezes, olhando para ela, você consegue identificar pela expressão facial dela se ela espera uma resposta positiva ou negativa. Se a cara for de preocupação, geralmente temos que responder com um "não". Se for um sorriso, é quase certo que você tem que falar "sim". Se der a merda de você responder e ela falar repentinamente "O quê?!", aí você fala o contrário e pede desculpas. Sem muitas firulas.
- Por fim e não menos importante. Se por acaso ela decidir fazer perguntas que exijam respostas além do sim e do não (acontece muito quando elas começam a te "entrevistar", perguntar sobre a sua vida. Isso acontece geralmente depois de elas falarem umas 9 horas seguidas sobre elas), responda sempre de forma seca e com respostas monossilábicas. Evite delongar muito, porque assim ela vai achar que você realmente quer conversar com ela. Se por acaso ela vier com aquele papo de "Nossa, você tá quieto hoje..." (e vai vir, com certeza), você diz "Estou cansado amor, só isso".

Aguentando as groselhas, acaba tornando o relacionamento mais fácil, mais suportável. E lembre-se: deixe ela falar. Quanto mais ela falar, mais rápido ela fica sem assunto e mais rápido você pode ficar no tão adorado silêncio reflexivo.

Bom, encerro por aqui esse pequeno manual. Espero que ajude a todos os meus amigos, para que eles arrumem namoradas e possam gozar mais a vida!

Zaratustra

Sem sentido #06



Dois amigos conversando:

- Mano, como é que a gente consegue esquecer das coisas?
- Basicamente a gente bebe até esquecer...
- E como que a gente faz quando está nervoso, preocupado com alguma coisa?
- Bom, bebemos até ficarmos mais calmos...
- Beleza. E quando estamos em uma situação incômoda. Quando estamos em uma situação constrangedora?
- Aí existe um jogo. Chama-se "Beber até essa porra fazer sentido"...
- Você resolve todos os seus problemas com o alcool? Não se preocupa que isso possa lhe fazer mal?
- Olha, quando penso que estou bebendo muito, e que isso vai me fazer mal, fico realmente preocupado. Aí bebo até ficar mais calmo hahahaha.

E assim morreu mais um jovem de cirrose, aos 25 anos.

Zaratustra

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Insomnia!



Pedro era como qualquer cara por aí que tem uma vida agitada. Trabalha em horário comercial, estuda durante a noite e almeja quem sabe, conseguir um emprego melhor, para assim conseguir ter sua casa e uma família estável. Habitante da grande metrópole São Paulo, nunca tem tempo de analisar as coisas e pensar a vida, devido ao seu estilo de vida frenético e instantaneo.

Pois bem, era uma noite de quinta-feira quando Pedro chegou em casa, por volta das 0h. Visivelmente cansado, janta a comida deixada pela sua atenciosa mãe, toma um banho, lê algumas coisas rápidas para o trabalho e parte para a cama, por volta da 1h, para seu merecido descanso até as 7h, quando levanta e se arruma para ir para o seu trabalho. Luzes apagadas, Pedro deita na cama:

- Ahhh, que bom poder deitar. Essa semana me destruiu, e ainda tem amanhã pra aguentar. Pelo menos amanhã é sexta, dia de matar aula na faculdade e sair para beber com o povo.

Olhos fechados, aguardando somente o cérebro se desligar daquela atormentadora realidade. É curioso como quando vamos dormir, sentimos que o corpo apaga antes do que o cérebro. Justo na hora em que o cérebro tem que parar, para o corpo descansar. E sempre que estamos cansados durante o dia, o cérebro falha. E o que fode é que ele falha de dia, porém a noite está completamente elétrico, com as ideias borbulhando sem parar. E exatamente isso que acontecia com Pedro naquela noite. O seu corpo, obviamente cansado, já não se movia mais. Os músculos pareciam pesar toneladas, exigiam um esforço tremendo para serem deslocados. Mas seu cérebro, jovem, fulgaz, sonhador e, por que não, idealizador, não parava um minuto. Pedro não tinha muito para se preocupar. Estava numa boa faculdade, seu trabalho era cansativo, mas não era de todo o mal... Fora que ele namorava uma garota... Que beleza de garota! Recém-completados seus dezoito anos, corpo magro com seios redondos e firmes, além de ser muito inteligente também. O sonho dela era ser uma grande médica, e estava no caminho certo para isso, estudando dia após dia para conseguir uma boa faculdade. Enfim, a vida de Pedro estava boa. Por isso que ele, tentando dormir, se perguntava:

- Caralho... Porque meu cérebro não para? Ele parece querer criar inquietações desnecessárias, preocupações inexistentes. Preciso dormir! Amanhã é um dia cheio!

Mas é exatamente isso que ele faz. Parece querer te falar algo do tipo "Olha, tá tudo muito lindo agora, mas isso passa! Abre teu olho! Mantenha a guarda sempre alerta!" Mas ele não diz dessa forma. Ele implicita esse pensamento com outros pensamentos que não possuem relação alguma com a real ideia. O que vem na cabeça é um misto de coisas que é impossível separar, impossível que sejam pensadas de formas avulsas. Essa mistura toda atinge seu cérebro, que acaba querendo ficar acordado na hora errada. Pedro olha no relógio, preocupado:

- Puta merda, já são 2h e nada...

Numa noite de insônia, quando você começa a olhar o relógio, significa que fudeu. Pode ter certeza que se você está olhando o relógio você não dorme tão cedo. Essa olhada no relógio, mesmo que sutil, acaba refletindo de uma forma catastrófica. Parece que o cérebro pensa "Ei, olha no relógio. Sei que você está curioso para saber as horas." Mas essa curiosidade acaba nos fudendo. Porque olhamos para o relógio, vemos as horas e nunca falamos "Puxa que bom que ainda são 3h!" Sempre pensamos "Puta que pariu, já são 3h!" E esse sentimento começava a corroer Pedro. Sempre que ele lembrava da hora que ele viu no relógio, ele pensava que já era mais tarde do que a hora que ele realmente havia visto no relógio. E nunca é um chute pra menos, é sempre pra mais:

- Porra, se aquela hora olhei no relógio e eram 2h, agora já devem ser 2h15. Certeza!

Ele se vira na cama e pensa de novo:

- Mas será que são 2h15 mesmo? Agora não sei...

Ele vira para o relógio, olha o marcador e vê que são 2h10. E isso acaba se tornando um círculo vicioso, você não sai disso. Tá sempre pensando nas horas. O que começou com uma inquietação de sabe-se lá o que da sua vida, acaba se tornando uma preocupação com as horas. Malditas horas! Malditas! E o que parece a solução simples, acaba se tornando impossível:

- Oras, é só parar de pensar nas horas. Vou só fechar os olhos e dormir.

Parece fácil, mas seu cérebro não obedece. Ele insiste em pensar nas horas. Parece que o cérebro é ramificado em duas partes: a parte que você manda e a parte que ele manda. Soa como idiotice falar isso, mas acho que deu pra entender o sentido da coisa. Por mais que você queira fazer algo, parece que fica impraticável. E isso acaba te corroendo também... Esse sentimento de impotência, de não conseguir mandar em si mesmo. São várias e várias reflexões filosóficas que acabam surgindo em uma noite de insônia.

Após muito se virar na cama, olhar para o teto, tentar fechar os olhos, se revirar de novo, Pedro decide se levantar:

- Vou beber um copo de água. Vai ver estou com sede.

A reação mais clássica é beber água. Todo mundo se levanta para beber água quando está com insônia. Arrasta aquele corpo cansado até a cozinha, pega o primeiro copo que vê, enche de água e bebe rapidamente, sem ao menos sentar. Coloca o copo na pia, arrasta o corpo até a cama e se deita de novo. Eu não sou um grande entendedor da parte biológica do corpo humano, mas que diabos levantar pra beber água vai ajudar?! Pensem bem: você levanta, você acende a luz, seu corpo ingere um líquido e depois se deita. Ao meu ver você está mais incitando a insônia a continuar do que o sono a vir. Tudo bem que isso tudo que falei tem relação direta mais com o corpo do que com o cérebro, mas a não ser que você tome um remédio para dormir, não entendo como esse processo todo vá desligar seu cérebro.

Pedro deita, olha para o relógio: 2h45. O tempo continua avançando rapidamente. E de olhos abertos, ele fica admirando o passar das horas. Parece que a preocupação faz você meio que desistir da merda toda. Você pensa "Ah que se foda. Vou ficar de olho aberto até conseguir dormir!" Ideia de gênio, né babaca?! Sim sim, uma hora você dorme de olho aberto né?! Pedro olha para o relógio por exatos 15 minutos. Inerte. Fica 15 minutos sem tentar nada. Quando o relógio bate o ponteiro nas 3h, ele tem outra ideia:

- Já sei! Vou bater aquela punheta! Com certeza vou ficar cansado e o sono vem!

Na hora ele não pensa que tem que ligar o computador, conectar a internet, caçar um bom video. Mas mesmo assim ele vai. Levanta, liga o computador, conecta a internet e caça seu vídeo. Só nesse processo todo já se perde mais uns 15 minutos, com certeza. Não é fácil achar um bom video que te anime às 3h da manhã de uma madrugada insone. Fora o trabalho da "punheta em si", se assim posso dizer... Não é um processo muito demorado geralmente, mas consome ao menos 5 minutos da sua miserável vida. E depois tem que apagar o histórico, desligar a internet e o computador... Mais 5 minutos. Agora percebam: 25 minutos. Malditos 25 minutos que você poderia ter dormido. E Pedro lá, batendo punheta como uma obrigação, achando que expelindo porra o cérebro expelirá sonífero nele. Pobre coitado. 25 minutos para nada. Não deu cansaço, não deu sono... O cérebro continua agitado, pensativo, ligeiro, só esperando a hora certa para continuar com pensamentos contraditórios e atordoantes.

Pedro vai se deitar novamente. Obviamente, ele ainda está sem sono. Parece que esse sexo braçal não surtiu efeito algum. Deitado, continua se remexendo na cama. Vira para um lado, vira pro outro e nada. Olha frequentemente no relógio, sempre atônito com as horas. Até que as 4h30 ele decide se levantar de novo:

- Foda-se, vou virar nessa merda! Vou jogar video-game até as 7h da manhã! Foda-se!

É por volta do meio pro fim da madrugada que bate aquele sentimento de revolta. É como se você estivesse se rendendo, como se tivesse perdido uma batalha contra si mesmo. Aí você decide virar a noite. O curioso dessa hora é que tudo o que pensavámos na primeira hora de insônia morre. Você já não pensa mais que tem que levantar cedo amanhã, que tem um dia cheio. Você pensa que no momento não consegue dormir. Foda-se o amanhã. Não passa nem de leve pela sua cabeça que se você virar, estará realmente fudido por um dia inteiro. Seu trabalho não vai render, o seu sono vai te deixar mais irritado... Talvez até cometa um erro grave, possibilitando demissão. Fora as olheiras. Fora ter que falar com todo mundo "Então, não dormi nada essa noite. Tô só o pó!" É realmente uma merda ter que falar pra TODO MUNDO que você encontra a mesma coisa "Não dormi direito!" É igual motorista de ônibus que fica andando em círculo, ou operador de telemarketing que fica repetindo a mesma merda umas 200 vezes todos os dias. Ficar explicadando a mesma merda repetidamente, com sono, estressado, irritadiço... Acho que isso é a definição do que é o Inferno.

Video-game ligado. Pedro começa a jogar. Optou logo pelo jogo de tiro, meio que pensando "Tô puto mesmo, vamos matar esses caralhos desses cus!" E não demora para isso acontecer. Logo ele já está fudendo o cu de todo mundo. Detalhe pra coca-cola que ele pegou na geladeira. Já que é pra virar a noite, melhor que faça essa porra bem feita né. Da-lhe tiros e coca-cola! E assim Pedro vai passando a madrugada, parecendo que a ideia de virar em claro será concretizada.

Porém, o que todos nós sabemos, e que talvez Pedro não saiba é: se for para virar a noite, você vai estar mal no dia seguinte. Mas se você dormir uma hora a madrugada toda, você vai estar muito pior... E não é que as 6h, o filho de uma puta virgem aidética, que é virgem, mas pegou aids da mãe quando estava sendo amamentada, do nosso cérebro decide que é hora de dormir?! Tomara que tenha sífilis esse cu desse cérebro! E Pedro, coitado, vai dormir exatamente as 6h... E quando dá 7h, o relógio desperta, e sua reação instantânea é:

- CARALHO, PORRA, CU, GONORRÉIA!

Zaratustra

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Aos sonhos enterrados!



O que é a minha ideia de coisa legal para se fazer para o resto da minha vida, aonde sei que estarei sozinho e solteiro? Essa é fácil: somente alguns caras, tomando alguns drinks, e falando os motivos que levaram a matar e enterrarem seus sonhos!

PS.: Por alguns drinks, entendam como um coma alcoolico!

Zaratustra

Sem sentido #05




- Zaratustra, como anda a sua vida após aquele rompimento... do relacionamento sério de quase cinco anos?
- Ahhh nada de muito novo: me afundei em trabalho, comecei a beber e ando comendo qualquer coisa que se mexa por aí.

Zaratustra

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Colocar uma pedra em cima... e seguir em frente!



Amigos! Há alguns dias, sai com um amigo que não via fazia muito tempo. Colocamos a conversa em dia, e em determinada hora do bate-papo, ele me disse uma coisa, sobre uma das várias mulheres da minha vida, mas certamente a que mais amei. Ele me disse, sobre ela: "Não adianta... você precisa colocar uma pedra em cima dela e seguir em frente! Enquanto você não fizer isso, continuará aprisionado a esse sentimento de merda." Bom, na hora fiquei um pouco sem reação, não sabia o que falar. Essa história de colocar uma pedra em cima de tudo o que aconteceu e seguir em frente, para mim parece ótimo. Conseguir prosseguir com a minha vida, olhando para trás mais como um aprendizado, e não como uma sofrimento. Tanto que lhe retruquei, pouco tempo depois: "Acho que você tem razão... Vou colocar uma pedra em cima dessa merda toda, e seguir em frente. Alguma hora isso tem que acontecer!" Discurso otimista... pena que o otimismo nunca condiz com a realidade. One does not simply colocar uma pedra em cima disso tudo! Se existe algo que não podemos controlar, são os pensamentos. Nós pensamos nas coisas sem querer estar pensando, são apenas memórias indesejáveis que ficam à espreita, para, em momento de fraqueza, nos peguem, e nos torturem... E esses pensamentos trazem à tona os sentimentos, e aí fudeu, a merda já tá toda preparada. Sem percebermos, estamos bêbados, caídos em algum canto, sem ao menos conseguir chorar.

É muito bonitinha a ideia de "Bola pra frente!" que todos pregam. Mas como Sócrates já disse outra vez aqui no blog, não é assim que as coisas funcionam. A gente finge, finge que estamos pensando em "Bola pra frente!", mas no nosso íntimo, no nosso âmago, sabemos que ainda está lá, esse sentimento de merda resiste. Só está esperando para ser despertado, para ser incitado... E, quando menos esperamos ele vem. Pode ser com uma foto, uma carta, um perfume, uma música, um filme... Mas acontece com todo mundo. A grande questão é que as pessoas se enganam sobre esse sentimento. Acham que é uma coisa boba e que vai passar. Mas, na verdade, nos enganamos. Sabem aquela história do papel que é amassado e depois tentam desamassar mas nunca mais ele volta a ficar completamente liso? Exatamente isso. Todos esses relacionamentos, todas essas experiências, jamais poderão ser esquecidas. Sempre vai existir dentro de nós. Nós podemos até começar algo com outra pessoa, mas jamais esqueceremos as anteriores. Por mais que tentemos. Não adianta, não nos livraremos disso.

Alguém pode pensar que esse é mais um dos meus textos pessimistas... Pois é, é sim, mas não deixa de ser verdade. Até hoje não consegui esquecer essa pessoa. E tento, tento colocar uma pedra em cima. Sei que se ela pedisse pra voltar, ia ser a mesma merda que era antes. Mas infelizmente, não consigo esquecer. E afirmo que, enquanto não colocar uma pedra em cima disso, não vou conseguir começar nada com ninguém, não vou conseguir tocar a vida pra frente. Será somente o que já existe hoje. Alcool, farra, sexo e só.

Zaratustra

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Um grande problema!



Olha, no momento não tenho muito do que reclamar... O dinheiro está no bolso, os amigos estão presentes, o sexo está fácil... Mas existe ainda um grande problema: meu copo está vazio!

Zaratustra

Um poema bonitinho



Quando acordei outro dia
Lhe encontrei com a barriga na pia
Lavando a louça de ontem, com frio
Reclamando que eu não lavo: "Vai pra puta que o pariu!"

Encostei minha cabeça no seu ombro
E disse que te amava com carinho
Mas para meu total e espantoso assombro
Você me disse que me amava só um pouquinho

Respirei fundo, lhe olhei fixamente
Disse que por mais forte que seja o meu amor por ti
Não vou me rebaixar, sucumbir
Se você por um acaso não me ama fortemente
Eu me vou! Nunca mais voltarei!
Então você me vem com aquele papo
"Mas eu te gosto como amigo, sempre gostei!"
Respirei fundo novamente, e lhe disse no ato:
VAI TOMAR NO CU SUA PUTA VELHA COM DST NA ORELHA!

Zaratustra

Verdade Esporrádica #18



Os homens não entendem as mulheres por serem demasiado complexas. Tão complexas que nem elas mesmas se entendem... Já os homens são indivíduos simples, movidos à alcool, sexo e futebol. As mulheres dizem não entenderem os homens, mas a verdade é que elas entendem, só não querem aceitar a verdade.

Zaratustra

A sociedade dinâmica e o excesso de barulho!



Repararam como tudo hoje em dia é tudo mais rápido, mais dinâmico, mais fulgaz... Se age mais, se pensa menos, se vive mais rápido, mas por menos tempo, olhamos mais e analisamos cada vez menos... Parece que a cada geração a velocidade da informação aumenta, e assim, temos que acompanhá-la com o aumento da velocidade do raciocínio. Hoje em dia se valoriza quem pensa mais rápido, e não quem pensa melhor.

Fora o barulho! Tudo é muito barulho, as pessoas não sabem se comportarem perante o silêncio. Aí me falam: "Aiiii, ficou um silêncio super constragedor quando estava na sala com Fulano..." Isso porque essa pessoa se acostumou tanto com o barulho que desaprendeu a construir uma conversa que seja baseada simplesmente no diálogo.

Zaratustra

Verdade Esporrádica #17



Sabem aquela história que dizem que somente as pessoas tristes escrevem bem, porque somente as coisas tristes são bonitas, que a morbidez é bela, e que a alegria é deveras monótona e enfadonha... O lance de se inspirar em pessoas mórbidas e tristes, tais como Rimbaud, Bukowski, Schopenhauer, e escrever sempre com pessimismo, pois assim seu texto ficará mais bonito? Pois é, tudo isso é verdade. A alegria sempre é menos poética e menos profunda.

Zaratustra

Sem sentido #04



Estava contabilizando o número de garrafas que esvazio todas as semanas... Na verdade tentando contabilizar, porque contabilizar mesmo é meio que díficil. Enfim, cheguei à conclusão que isso seria perda de tempo, uma vez que todas serão recicladas mesmo, e provavelmente irão virar os vasos que você coloca suas plantas ou os vidros que protegem as suas janelas. Graças a mim você cria plantas! Graças a mim você vê o lado de fora de sua casa!

Zaratustra

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Expectativas: um mal!



Amigos! Todos certamente já tivemos aquele sentimento na infância, de quando estamos esperando receber um presente, e acabamos ganhando outro. "Porra, queria um carrinho, não uma meia!" A frustração que isso gera é foda demais. E quando somos crianças, tudo acaba sendo mais intenso, mais real, mais difícil de lidar. Só que pelo menos não ficamos remoendo as coisas por dias, chorando e lamentando. No dia seguinte já aceitamos que ganhamos uma maldita meia e esquecemos que queriamos um carrinho. Ahhh como isso era bom. A ignorância misturada com ingenuidade, era isso que nos abastecia, isso que evitava a amargura, evitava que a amargura pudesse de alguma forma surgir.

Mas quando ficamos mais velhos, quando nos tornamos adultos, ainda esperamos o carrinho. E, pior: sempre esperamos o carrinho, mas, para nossa frequente frustração, quase sempre ganhamos meias. Diria que 90% das vezes, acabamos com um belo par de meias, cinzas e sem graça. E temos que nos contentar com essa coisa feia, dando o clássico sorriso amarelo. E, diferente de quando éramos crianças, não nos esquecemos no dia seguinte. A amarguez está enraizada de uma tal forma que não nos contentamos com aquilo, e ficamos remoendo para compreendermos o porque que ganhamos a porra da meia e não o fuckin carrinho! E isso que eu defino, na sua forma mais grossa, de frustração!

Já falei aqui sobre a frustração em si, como lidar com a frustração e como aprender (isso é importante) com as suas frustrações. Por isso que hoje não encaminho minha arma de palavras e sentenças ao mal, e sim ao que provoca esse mal. E o que gera toda e qualquer tipo de frustração? A expectativa claro! A expectativa te abraça com seu abraço frágil, confortável, quente e amoroso, e, quando menos esperamos, nos sentimos com frio, humilhados... Eu diria até mesmo violados! A expectativa te viola, te destrói em milhões de pedaços.

Mas porque criamos expectativas, uma vez que sabemos que ela pode nos destruir? Isso acontece porque, ao mesmo tempo que a expectativa pode te destruir, ela pode te dar uma carga gigante de alegria instantânea. Sim, podemos gerar expectativa com alguma coisa e essa coisa pode sim acontecer. Aquela vaga na faculdade fudida que você almeja, aquela pessoa que você paquera há vários anos, aquele emprego com o qual você tanto sonha... Isso pode sim acontecer, e tomara que aconteça mesmo! Eu diria que a expectativa é como uma boa mão de poker: você sabe que tem muitas chances de ganhar, por isso vai com tudo. Pode ser que ganhe, mas vai que o seu adversário tem um straight flush... fudeu.

Existe também o fator gerador de ânimo para viver da expectativa. Graças a ela esperamos sempre alguma coisa do dia seguinte, temos vontade de acordar e sair, trabalhar, namorar... enfim, viver. Se sempre soubéssemos, ou esperassemos que sempre fosse dar merda, como íriamos conseguir levantar da cama? Impossível. Portanto, devemos à nossa expectativa um simples escovar de dentes pela manhã.

Afirmo que não sou contra a expectativa (apesar de todos os xingamentos à ela nos três primeiros parágrafos). O que eu prezo, e tento divulgar, é a dosagem da expectativa. Por exemplo: coisas pequenas, merecem uma expectativa de total entrega, algo como um emprego não muito bom, uma comida que não seja deveras extravagante, algum objeto ou mobília dentro do seu poder aquisitivo. Para isso, se entregue. Vá lá, coma o maldito McDonalds. Não precisa passar vontade para uma coisa pequena dessas. Agora, para coisas mais difíceis, sou totalmente contra a total entrega! É completamente irracional e imbecil se entregar para uma coisa que possa dar errado. Uma vaga numa puta faculdade, um namoro com uma puta pessoa (não uma pessoa puta (hahaha piadinha marota)), um puta emprego, que você goste e que te pague bem. Dê o seu melhor para tudo isso, mas, terminadas as tentativas, simplesmente pense no pior. Pode parecer uma coisa completamente besta e idiota, mas garanto que evita muitas quedas. E quanto maior a altura, maior a queda, já diz o ditado.

Portanto, não sou contra a expectativa em si, só acho que deve haver uma dosagem, uma seleção de como e onde colocar essa expectativa. Feito isso, não existem segredos: a frustração ocorrerá muito menos, e de uma forma menos dolorosa, com certeza! E sobre as pessoas, eu só tenho uma frase, que é um guia para minha vida: nunca espere das pessoas mais do que elas podem dar!

Zaratustra


sábado, 25 de agosto de 2012

Pequenos pensamentos - Frases inconstantes



Amigos! Decidi escrever e compartilhar algumas frases que brotam na minha cabeça, algumas coisas que simplesmente surgem sem o menor aviso. Creio que a maioria tenha uma relevância, mas sempre existem aquelas que são somente groselhas... Enfim, que as verdades sejam ditas através de palavras.

* As pessoas tentam tanto parecer gentis que acabam soando como falsas.
* Eu não bebo por estar feliz. Bebo porque quero ficar bêbado.
* Nada contra as pessoas... Na verdade, sim, tenho tudo contra elas.
* A apatia chegou num ponto que até a vontade de beber está acabando.
* Prefiro ser solitário a ficar ouvindo e vendo pessoas que não gosto fazerem o que não aprovo.
* Pra mim já deu!
* O problema não é a morte. Morreu, acabou, você nem sente. O problema é estar vivo e ter que lidar com a vida.
* O homem só não desiste da vida porque o medo do desconhecido é maior do que o sofrimento com o casual.
* Quanto mais eu bebo mais eu percebo que tanto faz.
* Desisto do lance dos relacionamentos. No fim todo mundo acaba sozinho mesmo.
* Tudo o que eu construo desmorona. Acho mais sensato parar de construir e deixar tudo já desmoronado.
* Mover-se é transformar a apatia em pró-atividade... Beber é transformar a pró-atividade em apatia.

Obrigado

Zaratustra

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

E essa olheira nos olhos?



E esse olheira nos olhos? Me perguntaram outro dia. Não sei se cabe uma das minhas boas e velhas divagações filosóficas sobre o assunto, mas foda-se, sei que isso só será lido ou divulgado após a minha morte, ou, não será jamais lido por ninguém, como imagino que tenha acontecido com vários aspirantes a filósofos. Portanto, vou falar um pouco sobre essa externação da qual não pude me evadir.

O reflexo de uma olheira às vezes é algo muito mais profundo do que se vê em um simples olhar. Muitas vezes é o seu estado de espírito refletido sob os seus olhos. Analisando biologicamente o fato, constatamos que uma olheira denota o cansaço de alguém, geralmente o cansaço físico. Mas, como é na maioria dos casos, comigo não é simplesmente um cansaço físico, e sim um cansaço mental. E lá vem Zaratustra de novo com suas groselhas sobre a sociedade, e de estar cansado dela, e que nada nessa porra de mundo faz sentido... Eu faria isso, mas hoje estou com uma ideia um pouco diferente. Vou tomar eu mesmo como uma peça social, e me usar como exemplo desse cansaço todo.

Hoje foi uma data marcante para mim. Não gostaria de explicar muito, pois não vem ao caso. Aliás, minto. Seria uma data muito especial, mas acabou por não sendo. Isso por vários motivos. Mas enfim, chega de confusão e vamos direto ao ponto.

Creio que todos tenhamos aqueles momentos de análise, de recapitulação, uma tentativa de compreender como estamos, aonde estamos, para onde estamos indo, aonde vamos chegar. E, com base nessa data, hoje foi esse dia para mim. Compartilhei até esse pensamento com Sócrates, que, por vezes na conversa, me deu razão e concordou com o que eu disse, até mesmo se identificou com algumas das minhas palavras. Como já disse aqui antes, apesar da minha pouca idade, já passei por algumas experiências na vida. Coisas boas, coisas ruins, mas todas foram experiências. E me lembrei de quatro anos atrás. Exatamente o dia 09 de agosto de 2008. E me perguntei o que mudou de lá pra cá, comecei a raciocinar e a lembrar de como me imaginava no futuro e como estou.

Lá estava eu, em 09 de agosto de 2008. Um garoto, óbvio. A imaturidade tinha seus benefícios. Cazuza disse uma vez que quando você é jovem, você sonha em querer mudar o mundo, e eu não era diferente. Analisava a filosofia, a sociologia e todas as ciências humanas como instrumentos para tentar mudar o mundo. Mudá-lo para algo melhor, mudar a política do ser humano, a forma como ele pensava. Já nessa época eu sabia que infelizmente não seria dessa forma. Mas a ânsia de ajudar era tão forte, que eu imaginava que poderia, ao menos, ajudar as pessoas que estavam à minha volta, agindo de forma direta na vida delas. Tratar meus amigos de uma forma que pudesse ajudá-los a reconstruir seus traumas passados, torná-los pessoas melhores, não só para mim como para todas as outras pessoas. E me esforçava para isso. Tentava construir neles a felicidade, a alegria, a força para acordar todos os dias. Me mostrava presente, ouvia seus problemas, tentava resolver... E isso, de uma certa forma, construia a minha força, minha vontade de lutar pelas coisas. E procurava estudar as ciências humanas, para não somente conhecer o ser humano, mas para ajudar a todos com os problemas que poderiam aparecer. E fiz isso, e muito, com várias pessoas. Reergui muitas pessoas. Por vezes, sem querer, destruia algumas, mas isso fazia parte do processo, era às vezes, inevitável. Enfim, sentia que o meu papel, como aprendiz de filósofo, era o de esboçar teorias que pudessem ser úteis a várias pessoas "necessitadas". E me orgulhava disso. Me sentia colocado socialmente.

Havia um criticismo que era somente meu, que eu não explicitava com ninguém, a todos que queriam fugir do meu ideal, a todos que pregavam o egoísmo, o ódio, a lúxuria, a ganância. E projetava tomar isso para o resto da minha vida, como um combustível para me manter focado nas coisas, para não desistir. A crença no ser humano era o que alimentava meu dia. A felicidade nas pessoas era o que me fazia sorrir. Por vezes me sacrifiquei por pessoas, que na hora julguei importantes, e me senti feliz por isso. Sabem aquela velha máxima do "O que eu faço chorando só pra te ver sorrindo?" Isso foi constante há quatro anos atrás. Fiz isso pra caralho. E jamais reclamei, não tinha motivos.

Esse lance de querer mudar as pessoas é muito louco. Você acredita que você, sendo somente você, ninguém além de você, consegue mudar a forma de um outro ser humano, que é totalmente independente, mudar a forma de pensar e(ou) agir. Quanta ingenuidade da nossa parte acreditar nisso... A doação da sua vida para a de outro ser humano pode parecer utopia, mas é praticamente isso que acontece.

Fora a questão de julgar os outros. Qualquer atitude que não soe altruísta, lhe causa repulsa, beirando o nojo ás vezes. Via os jovens na rua, com a minha idade (da época), sendo falsas, rudes, egoístas, reclamando por coisas bobas, e pensava "Puta merda! Olha o sol, que coisa bonita. Tomar no cu! Bando de gente amarga, desgostosa com a vida. Não vejo motivo para a reclamação deles. A vida é algo que deve ser contemplado e valorizado."

Agora, quatro anos passados, somente quatro anos, paro, olho para trás e penso, tomando outra frase de Cazuza emprestada: "Meus heróis morreram de overdose." E começo a finalmente entender essas pessoas. Pessoas que com suas olheiras nos olhos, esqueceram dos próprios valores, crucificando a moral, e cuspindo no bom senso. Há quatro anos eu não tinha olheiras, e hoje, quando me perguntam sobre essa quase explícita doença, simplesmente respondo "É o cansaço, somente isso." E, de um lado é verdade. O cansaço se apoderou de uma forma que parece assentado intrinsecamente no meu ser. Parece que é algo que será levado por toda a vida, algo que eu jamais vou conseguir arrancar de mim, por mais que eu lute. E, essas mesmas olheiras, me impedem de lutar. O conformismo é algo que aparece com a idade. Por isto que existe uma massa de gente velha ranzinza no mundo. Eles estão em um ponto tão elevado desse conformismo, que sentem que, com a idade avançada, já não há forças ou vontade de lutar. E assim me sinto, ainda no "auge" da juventude. Cansado de lutar, de tentar melhorar as pessoas. Agora eu quero somente o que é meu e nada mais. Lutar para que o meu egoísmo vença e só. Foda-se o resto, porque todos, uma hora ou outra acabam assim. E é por isso que as olheiras tendem somente a crescer, e jamais a diminuir.

Zaratustra

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Me contradizendo?



Pois é, tenho certeza que já me contradisse diversas vezes nesse quase um ano de blog. Puta que pariu, como o ser humano muda de formas muitas vezes drásticas e repentinas. Só me resta pedir desculpas por toda essa alteração de panorama que sempre tenho, uma hora criticando algo, outra hora elogiando... Mas são essas mudanças que tornam a vida, por mais que esteja monótona, algo de uma aventura impar!

Zaratustra

Ao estilo de Bukowski!



Essa semana eu realizei que vou terminar como esse grande mestre da literatura marginal; alcoolatra, sozinho e escrevendo merda!

Zaratustra

Verdade Esporrádica #16



Existem duas coisas que eu mudaria em sites de videos pornos. Primeira: tirar a opção de compartilhar o video em redes sociais (quem diabos é idiota ao ponto de compartilhar essa merda!?). Segunda: tirar qualquer vídeo que tenha mais do que cinco minutos de duração (uma vez que geralmente não precisa de mais do que isso, e se precisar, basta começar o vídeo de novo).

Zaratustra

terça-feira, 24 de julho de 2012

Sobre a solidão (ou sobre estar só)



Amigos! Lamentavelmente hoje, assim como na maioria dos dias, venho para escrever sobre algo mórbido. E não é uma morbidez exclusiva, mas sim algo recorrente na sociedade de hoje. Apesar de ser recorrente, poucos assumem a sua existência. Muitos tentam aliviar isso, maquiar isso de alguma forma. Projetam em redes sociais e conversas acéfalas um ambiente de harmonia e diversão, em que existem centenas de reais amigos. E o que dizer dos relacionamentos afetivos, os tradicionais namoros. Honestamente, já devo ter falado sobre esse assunto no blog, com um post específico, e certamente já falei sobre ele de forma indireta. Mas como é algo muito presente em minha vida, não vejo motivos para não recorrer a esse assunto: a solidão, ou sobre estar só.

Sim, assumo que sou um sujeito solitário. Não sou muito de sociedade. Para mim, o ser humano não é um animal muito confiável, e nisto estou também incluso. E para os que dizem que eu não sou muito sentimental ou muito romântico, justamente por me esquivar de relacionamentos, argumento o contrário. Pelo fato de eu me doar muito para as pessoas, eu sempre espero muito de volta. E são poucas as pessoas que retribuem a mim de igual forma. É por isso que sou deveras seletivo com os seres humanos que me aproximo. E digo que só consigo conviver em sociedade porque eu não amo as pessoas. Eu apenas finjo que gosto delas, e na dúvida, dou um leve sorriso e uma balançadinha de cabeça. Isso faz as pessoas acharem que me importo com elas, e assim, o curso da vida consegue ter seu prosseguimento. E nesse prosseguimento, sigo respirando, não entendendo exatamente o motivo, não sabendo o que me espera lá na frente, mas ainda assim animado com as pequenas coisas que, no âmago da minha solidão, me satisfazem.

Creio que um dos maiores problemas dos sujeitos solitários seja o excesso de racionalização. Pensamos de uma forma muito maquinal em tudo. A solidão faz você pensar que tudo que existe ou é feito tem de ter algum tipo de propósito. Às vezes me deparo com pessoas tirando diversas fotos. Honestamente, não vejo propósito em fotografias. A não ser para algum tipo de identificação, como um crachá, um perfil de rede social, um registro para alguma obrigação profissional. Mas tirar uma fotografia pelo simples ato de "querer registrar o momento", nisso eu não acredito. Posso estar errado de pensar assim (como acho que realmente estou), mas infelizmente não consigo mudar meu pensamento. Deixe explicar os meus motivos de pensar como penso sobre as fotografias. Em primeiro lugar não vejo propósito em tirar fotos. Não sei qual é o sentido dessa porra. O que leva as pessoas a tirar fotos? Não me arrisco a perguntar isso para não ser apedrejado. Segundo motivo: se me dizem que é para "registrar o momento", estou de desacordo. Eu acredito que o tempo seja algo muito fulgaz. Os dias, as horas, tudo passa muito rápido. E, como o tempo, o próprio ser humano é muito fulgaz. Numa hora nos amamos, na outra nos odiamos... Em tese, tudo acaba passando. Aquela sua fotografia, terá mais chances de gerar tristeza do que alegria no futuro. E tristeza nunca é bom, apesar de sua recorrência!

Dei essa volta toda, passando pela teoria sobre a fotografia, para explicar sobre a solidão. As fotos só alimentam a tentativa de parecer que estamos rodeados de pessoas que amamos, mas na verdade, essa tentativa é falha. Se a pessoa realmente te ama, é desnecessária essa tentativa de auto-afirmação, esse excesso de alegria. A pessoa vai estar lá para as horas ruins, independente do registro das horas boas.

Chegando agora na parte dos relacionamentos afetivos, dos namoros. Esse talvez seja meu ponto fraco. Recentemente publiquei aqui que não é por falta de beleza, ou por falta de ser interessante que permaneço solteiro. O fato é que eu me fecho de tal forma que não permito nenhuma aproximação. E acho que seja realmente isso o melhor para mim. Essa proteção que eu criei me protege de muitas coisas que eu já passei. O fato de não sentir, me ajuda a não crer. A descrença evita que me apaixone, evitando maiores frustrações. Mas está aí a grande sacada, o grande problema. O estar só, estritamente no sentido de estar só, por vezes pode ser cruel. E essa crueldade pode deixar a pessoa mal em determinados dias. Hoje é um dia desses. Um dia em que eu queria ter alguém para dizer que amo, alguém para ligar e saber se a pessoa está bem, alguém para dormir juntos. Mas esse alguém não existe. E, honestamente, acho difícil que exista algum dia. O ponto em que estou me faz descrer de toda e qualquer possibilidade que eu possa engatar qualquer tipo de relacionamento sério. E, porra, isso é uma merda!

É por essas e outras que às vezes gostaria de ser uma pessoa normal. Uma pessoa que tira uma porra de uma foto só por tirar a porra da foto. Uma pessoa que fala com centenas de pessoas acreditando realmente que aquelas pessoas a amem de verdade. Uma pessoa que namora qualquer pessoa, sem medo de se entregar, sem medo de começar algo que tem um fim próximo e previsto. Mas, infelizmente, comigo não é assim.

Zaratustra