segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Imundice



A sujeira que me cerca, sempre acaba me consumindo, dia após dia. Imundice, imundice, imundice! Sempre tudo parece muito sujo para mim. As pessoas, os sentimentos, os intelectos, a mídia... Será que na verdade o sujo sou eu? Por falar coisas ditas imorais? Buceta, buceta e buceta.... Um pouco mais de bucetas e de caralhos, isso vai ser sujo então! Bucetas e sexo e AIDS! Por isso eu que sou sujo? Querem que eu seja engravatado e com a barba bem feita? Se for isso prefiro ficar na minha imundice e ver o mundo ruir em sua limpída sociedade.

Zaratustra

Coisas idiotas de fim de ano!



Hoje é dia 31/12, e como sempre, chovem nos mais diversos canais de comunicação aquelas abobrinhas que adoramos ver e falar mal, da pior forma possível. Nesse dia do ano, percebemos como pessoas e baratas podem partilhar da mesma estrutura cerebral, como elas podem serem idiotas e repetitivas e cansativas e tudo aquilo que sempre cito aqui.

Uma das coisas que mais odeio são as malditas promessas para o ano seguinte. Caralho! São sempre as mesmas coisas que as mesmas pessoas prometem. Em tese se resume a trabalhar mais, ouvir mais as pessoas, ser mais saudável, arrumar um namorado e blá blá blá. Agora resta a minha pergunta: pra que essa injeção de esperança, sendo que sabemos que isso é sempre prometido e nunca cumprido. Para de besteiras! Talvez seja deveras niilista da minha parte, mas as pessoas prometem as coisas hoje e mantêm o foco que vão cumprir isso até o carnaval. Depois do carnaval tudo parece que foi ficção. Portanto, aceitemos o fato de que se a pessoa vai mudar mesmo, ela não precisa anunciar isso para Deus e o mundo. Se ela quiser mudar ela vai fazer isso por si mesma.

Outra coisa é a falsidade de fim de ano. Muitos chamam de educação, mas eu, como sou um pouco mais rude e realista, considero falsidade. Desejar feliz ano novo para amigos próximos, família que você realmente possua algum tipo de afeto, acho válido. Mas desejam para todo mundo. Porra! Passa o ano todo sem mandar um oi pra pessoa, e ai no último dia parece que são melhores amigos. Puta merda, como esse falso sentimentalismo me incomoda. Não sei se é muita amargura, mas não consigo ver essas coisas sem me indignar seriamente.

Em tese, essas duas coisas são as que mais me incomodam. Hoje é o tipo de dia que quero ter meus momentos de reflexão e curtir sem pensar no amanhã. Se ano que vem eu quiser emagrecer, ser uma pessoa melhor, não vou prometer nada. E nem ficar falando abobrinha pra quem eu nem converso direito e sim para as pessoas que realmente se importam como eu estou.

Zaratustra

A qualidade de vida (2008)



Estava revirando algumas coisas antigas em casa e encontrei um texto que escrevi em 2008, que fazia parte de um projeto meu com textos sobre os mais variados assuntos (que é o que acabei fazendo aqui neste humilde blog). Não está em um nível de perfeição, mas ainda existe uma coerência no que está sendo dito. Segue texto na íntegra abaixo.

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Vários axiomas já foram delineados pelas diversas áreas da ciência humana para determinar o que é qualidade de vida. Na verdade, o que é já está a grosso modo concensuando pela maioria. A discussão se esquenta para determinar quando acontece a qualidade de vida.

Tomando como base a sociedade atual, regida pelo crescente capitalismo, a qualidade de vida está diretamente atrelada à obtenção de capital, que é o meio utilizado para ter os bens materiais. Esses bens são os responsáveis pelo conforto do indíviduo, como por exemplo, um carro ou uma casa. Quanto mais conforto um bem trás, mais capital é necessário para obtê-lo. Ora, já está claro para a sociedade que um ser humano confortável é mais feliz que um desconfortável. Pensando assim, a felicidade que esses bens trazem, proporcionam mais momentos de alegria, gerando uma maior vontade de fazer as coisas e se relacionar com outros indíviduos. Esses são os itens necessários para a qualidade de vida existir.

Mas então está óbvio? Não. Partindo para um lado sociológico, estudos indicam que a população com menos de dez salários mínimos mensais, é mais feliz do que os com mais de dez salários mínimos mensais. Isso ocorre, porque para a obtenção de capital, é necessário dar em troca a mão-de-obra. Para os cargos que pagam melhor, a carga de trabalho é menor, mas a responsabilidade é maior, gerando assim níveis de mais elevados de estresse. E esse estresse influi em tudo, desde família à saúde, causando o desmoronamento da estrutura de um casamento (consequentemente do psicológico dos filhos) e doenças como gastrites, úlceras e enxaquecas.

Portanto, após explanadas as lacunas, chego à seguinte conclusão: o maior conforto que existe na vida, é a tranquilidade de espiríto.

Zaratustra

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

A Montanha (2008)



Parte 1 - A entrada
  

Meus olhos não mentem
Vejo tudo exatamente
Da forma mais fechada
Da maneira equivocada

Parado
Sem atitude alguma
Não aguento mais isso
Vou fugir pra sempre

Vejo um raio de sol
Um lampejar de calor
Parece distante
Forte e brilhante

Meus olhos doem
Não sei aonde vou
A vida me cegou
Mas quero fugir

Saio com receio
Sinto o calor de veraneio
Não sei da onde veio
A voz que me tirou do estaleiro

Após uma profunda reflexão
Saí da minha profundidade
Busco uma realidade
Que seja melhor que a solidão

No caminho para fora
Deixo coisas para trás
Uma garrafa de Natasha
E alguns cigarros a mais

Não quero ver isso
Tão cedo
Assumi um compromisso
De encarar meu medo

Coloco a cabeça para fora
Olho a redondeza
Com um tom de surpresa
A vida começa agora

Repentinamente exclamo
- Tem alguem aí?
E a imensidão responde
- ...

Não há nada a fazer
Vou fugir da caverna
Conhecer o mundo
E parar de sofrer


Parte 2 - A escalada
  

Meus olhos não mentem
Via tudo exatamente
Da forma mais fechada
Da maneira equivocada

Do lado de fora
Tudo é tão diferente
Vejo muitas verdades
E poucas pessoas inteligentes

Isso me deixa assustado
Talvez não esteja preparado
Pra que algo dê errado
E eu seja o culpado

Que calor
Tudo belo, tudo vivo
Avistei uma flor
Cercada de amor

Sou mais comum agora
Avisto uma andorinha
Fazendo seu voô rasante
Batida de asas constante

Falo sozinho:
- Isso é a montanha...
Algo que se deixamos de escalar
Um dia vai nos derrubar...

Foi um belo raciocinio
Nada mais lógico
Pra definir algo tão ilógico
No fator psicológico

O caminho é longo e ingrime
Meus pés queimam
Meu corpo pesa
Minha cabeça dói

É deveras complicado
Pegar o caminho inclinado
Fugir do mundo fechado
Frio, temeroso e apagado

Conforme subo
Tudo vai se expandindo
O mundo vai de abrindo
E a felicidade se construindo

Já vejo o topo
Vou dar tudo de mim
Quero que tudo fique bem
E que nada mais seja ruim


Parte 3 - A vista
  

Meus olhos não mentem
Vejo tudo exatamente
Da forma mais aberta
Da maneira esclarecida

Estou no ponto mais alto
Também o com menos solo
Nada é tão grande
Tudo ficou menor

Olhando para baixo
Eu sinto vertigem
O sol reluz com força
Sinto o início da ensolação

Mas continuo firme
Lutando pelo meu espaço
O chão no alto é escasso
Sem pensar no fim

As nuvens...
Escondem sem misericórdia
Toda a discórdia
Que assombra a humanidade

Não soprarei a fumaça
Que mantém a graça
De uma vida sem graça
Pra quem está na desgraça

Prefiro ver tudo de cima
Fito vagarosamente
Toda a corrente dos escaladores
Que seguem no caminho indolente

Tudo está tão reduzido
Diria até inferiorizado
Essa vida nova
Me deixa embasbacado

Tudo mantém a rotina
Distrai minha retina
Minha cabeça está ocupada
Pra não ficar desmiolada

Agora ainda mais eu verei
Através das nuvens eu soprarei
Tudo que me cerca
E os perigos que me afrontam


Parte 4 - A queda



Eu sabia
Era bom demais para ser eterno
Não queria
Voltar a viver no meu inferno

Mas covardemente
Eu fui derrubado
Pisoteado pelos que sobem
Humilhado pelos que olham

Sou só um trapo no chão
Observando os que sobem
Alertando os perigos
Retornando à solidão

Depois da subida
Perde a graça tentar de novo
Vejo aquele povo
Com a escalada decidida

Vou reprisar o momento da queda:
- AHHHHHHHHHH
- AHHHHHHHHHH
- AHHHHHHHHHH

Foi algo mais triste que isso
Mas com palavras não sei dizer
Que o manto do sofrer
Me cercou sem misericórdia

O caminho até o chão foi demorado
Minutos pareceram horas
Parecia interminável
O chão parecia inalcançável

Meu rosto está arranhado
Meu corpo está quebrado
Minha mente está confusa
Tudo está rodando

Preciso de um rumo
Algum caminho escuro
Não me importo com o futuro
Vou procurar um chão

Me levanto e saio sem olhar pra trás
Está frio e o sol se foi
As nuvens voltam a neblinar a paisagem
Olho para frente sem medo

As consequencias virão
Sei que vou sofrer
Talvez não sobreviva
E tente novamente morrer...


Parte 5 - As consequências
  

Meus olhos não mentiram
Vejo tudo exatamente
Da forma mais triste
Da maneira deprimida

Após o violento choque
Chamei um reboque
Pra levar minha alma
Me deixar na calma

Mas ele não veio
Quer me ver sofrer
A solidão chegou
A ambição me abandonou

Deitado em meio
Ao meio que me largou
Tudo o que eu sinto
É triste e mórbido

Rumo sem rumo
Ao desconhecido
Sem a minha armadura
Me sinto desprotegido

A proteção é passado
De um plano ambicioso
Mas que deu errado
Por motivos intrinsecos

Pela terra que pisei
E a vida que vivi
Nunca mais eu sairei
Do buraco que me inseri

Já vi que a moeda
Tem seus dois lados
Quanto maior a altura
Maior é a queda

Sofro em silêncio
Para não acordar os mortos
E não atrapalhar os vivos
Mutilação em silêncio

Rasgo minha carne
Na parede da caverna
Furei meus olhos
Cortei minhas pernas

Volto ao meu ponto de partida
Será daqui mesmo a minha despedida
Digo adeus aos que ficam
Boa sorte aos que vão
Até logo aos suicídas
E pro inferno com a salvação...


Zaratustra

Percepção extraordinária!



Percebi outra hora que não consigo mais escrever aquelas velhas poesias, das quais me abasteci por muitos anos. Será fruto de cansaço? Falta de paciência? Simplesmente estou ficando muito velho para isso? Não sei, só sei que a cada dia que passa quero mais reclamar de uma forma sem sentido algum do que pensar o que me cerca. Cada vez que penso, uma parte de mim morre. E quanto mais morro, menos quero pensar. É um maldito círculo vicioso!

Zaratustra


Um quarto escuro e algumas doses



Então é assim que tudo termina? Exatamente como começou? Naquele mesmo velho quarto, com aquelas velhas doses... Sim sim, a humanidade fez mais uma vítima, daquilo que não se esperava. Não esperava que fosse dessa forma, não esperava que tudo fosse terminar de forma tão inerte e fulgaz. A esperança que corria em minhas veias era simplesmente um placebo. Nada era tão real. Como a vida, a vida, esse eterno teatro de vontades e representações, a própria vida é algo irreal, ilusório. Como determinar aquilo que é real daquilo que é imaginário. No final é tudo nada! É nada vezes nada ao quadrado de nada! Aquilo que representamos, aquilo que achamos sentir e pensar, não passa de ilusão. A verdade é que nosso destino é nada. Nada e vazio! Nos enchemos de velhas doses, trancados em velhos quartos, sim, aquelas mesmas prisões morais que achamos serem o caminho exato.

Tudo na vida não passa de um eterno fluxo. Inevitavelmente seguimos o fluxo, fluxo de uma correnteza que não nos levará a lugar algum. Acabaremos da mesma forma que começamos: sem nada e sozinhos! Malditas sejam essas prisões morais! Maldito seja o ser que determinou que tinhamos que ser alguma coisa! Um bombeiro, um policial, um advogado. Temos que ser algo, temos que existir de alguma forma, nem que sejam somente aparências sustentadas ao vazio, aquele mesmo vazio que não vai nos levar a lugar algum. E seguimos nessa aparência, fazendo bom uso de todas as nossas doses: a falsidade, a ganância, o egoísmo, a inveja, a luxúria... Nos abastecemos dessa merda diariamente para tentarmos conviver bem numa sociedade escrota e vazia, que nos abastece ainda mais com todo esse lixo que adoramos!

Ahhhh como eu gostaria de apenas por um momento, por um leve instante, esboçar pequenas verdades de uma forma rude e grosseira para todos os seres humanos. Mas infelizmente, a mesma sociedade que repudio é a que garante a minha sobrevivência. É como ter que comer a própria merda para não morrer de fome... Uma situação horrível. O que me resta é ficar no meu quarto escuro, com as minhas doses de bebida barata e ver o mundo morrer dia após dia.

Zaratustra

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Não creio!



Não creio no que vi hoje! Pessoas cantando músicas de camaros amarelos, falando mal das outras pessoas, ostentando evoluções tecnológicas em redes sociais, fotografando qualquer merda que encontram e achando que são fodas! Mas peraí... Ahhhh sim, esqueci que vivemos num mundo em que essas pessoas realmente são consideradas fodas. Às vezes me esqueço porque eu gorfo de nojo com as coisas!

Zaratustra

Sem sentido #08



- Maaaaanhêêêêê!!!!!
- Que foi filhinho?
- Mãe, eu gorfei! Que que eu faço?
- Gorfou por causa de bebida?
- Isso, bebi cachaça com dolly cola, aí meu fígado fez dodói
- Bom deixa que eu limpo essa merda

Após isso a mãe lambeu o vômito do filho, ambos gorfaram novamente e encerraram seu dia com uma dose de cachaça pura. Sim, o problema foi a dolly cola!

Zaratustra

Comedores de sofrimento



Todos nós conhecemos aquela pessoa que gosta de ver os outros sofrerem, principalmente as pessoas que gostam dele. Gostam de ver choros, ouvir gritos de desespero, ver o sangue jorrar freneticamente e nadar na piscina da morbidez social. Chamarei esses individuos a partir de agora de "comedores de sofrimento"

Zaratustra

O homem virtuoso e o homem vicioso



Num certo dia, se encontraram entre os muros de concreto da cidade grande dois indivíduos. Um dele muito virtuoso. O outro extremamente vicioso. Pois bem, assim correu o diálogo:

- Hei homem virtuoso, seu filho da puta! Como você vai meu velho?
- Estou muito bem, obrigado. E você homem vicioso, como vai?
- Tranquilão. E aí levando a vida muito a sério?
- Sim, sempre! Faz parte da minha virtude buscar a progressão das coisas. Entender que o altruísmo, a gentileza e a benevolência não são meras opções, e sim obrigações! E você, ainda com muitos vícios?
- Sabe como é mano. To só me destruindo, destruindo os outros, o de sempre. Pra não perder o costume, estou indo num rolê ali, trair minha namorada, injetar uma parada e depois vou roubar uma lojinha, só pelo prazer de ver o sofrimento alheio. E aí, vamos?
- Muito obrigado, mas eu recuso a sua oferta. De qualquer forma, lhe desejo toda a sorte do mundo nos seus atos nocivos.
- Tá certo mano. Abraços!

E assim cada um seguiu o seu caminho, o mundo continuou girando e a moral da história é: independente do que façamos, nada vai mudar! A máquina continuará vazia, e o nada sempre será nossa realidade!

Zaratustra

Aquela sensação...



Aquela sensação... É uma sensação única... É o paraíso dos satânicos, o inferno dos cristãos, o vazio dos niilistas... Sim, estou falando de cagar e mijar! Que sensação!

Zaratustra

Minhas recomendações aos jovens



Jovens, sigam esses passos para a vitória!

1. Beba
2. Beba
3. Beba
4. Beba

Se ainda assim nada se resolver, bebamos de novo!

Zaratustra

O motivo das pessoas serem tristes



As pessoas não são tristes por causa de si mesmas. Na verdade, elas são tristes por saberem que sempre vai existir uma outra pessoa mais feliz do que ela. A felicidade é um incômodo, a inveja uma realidade e a tristeza uma constante.

Zaratustra

Frio, fome ou sede?



Frio, fome ou sede? Pra que essa cara feia e assustada mano? Você não compreende que o sol está nascendo, o tempo está correndo e as coisas acontecendo?

Frio, fome ou sede? Não se sinta mal pelas coisas que aconteceram no passado. O presente pode estar mau, mas o futuro lhe aguarda com a bonanza. Vamos acordar enquanto ainda é tempo!

Frio, fome ou sede? Sei que isso é só tristeza mesmo. Sim, aquela velha morbidez amarga que lhe persegue por vários anos. Parece uma doença crônica. Aprenda a conviver com isso!

Frio, fome ou sede? Entendo que palavras motivacionais não resolverão o seu problema. Mas, uma vez que o intuito da vida, com todas as suas dores e atrocidades é simplesmente superar, acho que estou agindo certo.

Frio, fome ou sede? Nada se resolve, nada se supera. Tudo sempre volta, nunca se encerra. Vivemos no eterno looping de amar, estar feliz e se frustrar. Um maldito círculo vicioso.

E mesmo que andemos por tempos caóticos, sempre existirão aqueles que vão nos ajudar. Para o frio, lhe dou uma dose de conhaque. Para a fome, uma lata de cerveja. E para a sede uma dose de vodka. Cheers fuckers!

Zaratustra

Morte em fragmentos



Uma vez que não durmo, penso. Estava pensando que a morte não é um marco, mas algo que acontece diariamente. O otimista diz "ganhei mais um dia de vida". Eu digo "morri mais um dia".

Zaratustra

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Niilismo: entre o vazio e o nada!



Amigos! Por muitas vezes falei aqui sobre o niilismo, me mostrei adepto a essa ideologia, a essa corrente de pensamento pessimista e destrutiva, mas em momento algum parei para explicar um pouco da essência da coisa, um pouco da existência do inexistente, do vazio da máquina que nos corrói dia após dia, nos distanciando cada vez mais daqueles meros mortais, que acreditam na construção, no preenchimento completo daquilo que julgamos, como niilistas, um simples corpo vazio. E esse sentimento constatado de completo vazio nos alimenta diariamente para poder mantermos um ritmo de tristeza amarga e lenta, de vazio inerte e de descrença em qualquer tipo de solução para nossos problemas.

O termo niilista vem do latim nihil que nada mais significa do que "vazio, sem forma, nada", e por isso que utilizamos o termo vulgarmente para designar algo oco. A primeira vez que esse termo foi empregado, por um romancista russo, o sentido da palavra niilista era mais algo do tipo contestador, esbravejador dos costumes morais. Traduzia o pensamento daquele ser que contestava os costumes morais, que não aceitava a sociedade com seus costumes. Nada mais do que um termo para explicar os pensamentos de um ser humano da contra cultura, de alguém que batia de frente com o resto da sociedade e, inevitavelmente, com os costumes de tal sociedade. Porém, foi com o autor Friedrich Nietzsche que o termo ganhou o uso mais tradicional atualmente, de vazio e nada. Para o filósofo alemão, o niilista era aquele ser humano que não tinha um objetivo para estar vivo. Simplesmente estava. Não possuia quaisquer objetivos, ou intuitos, ou emoções. Vegetava, passava os dias esperando o próximo sem pensar no futuro. Era um carpe diem um pouco mais destrutivo e apático, digamos assim.

Pois bem, após as devidas explicações, necessito falar aqui um pouco sobre ser adepto do niilismo. Na minha juventude já fui um ferveroso niilista, no estilo mais puro e mais tradicional. Me recordo de algumas coisas daquela época, tais como, não cortar cabelo ou fazer barba, usar as roupas sempre iguais, sem apego nenhum à aparência. Isso porque, se você acredita que está no nada e vai para o nada, qual é a razão para que você se preocupe com aparência. A aparência para um niilista, não passa de vaidade. E a vaidade é algo com objetivos claros, tais como, ser aceito dentro de uma sociedade, procurar um relacionamento afetivo, entre outros. Portanto era desnecessário que eu me preocupasse com isso. Outra ponto importante para ressaltar é no que tange ao uso de drogas e alcool. Ambas substâncias são para o prazer momentâneo e prejudicial para o futuro. Sendo assim, muitos niilistas abusam desse tipo de coisa, uma vez que se estamos no nada e vamos para o nada, não há sentido em se preocupar se amanhã estaremos de ressaca, ou mortos. Isso tanto faz. Portanto, nessa minha época de niilismo mais pesado, abusei de diversas formas, sem me preocupar com as consequências futuras daquilo que eu praticava.

Não vou me delongar muito, senão o post ficará deveras chato (mais do que já está), mas em tese, em resumo do que foi dito, vamos designar o niilista como uma pessoa que:

- Acredita que estamos no nada. O nada como essência de nada, como o vazio. E que acredita que do nada, o lugar pra onde vamos, independente do que façamos, continua sendo o nada, portanto, não exixte evolução alguma.
- Não se preocupa com o amanhã. Uma vez que estamos num lugar hoje, e amanhã estaremos no mesmo lugar, não há porque se preocupar com a apatia.
- O niilista é um sujeito apático. Não espere de um niilista uma palavra de carinho, um gesto diferenciado. O niilista não tem a menor motivação para resolver problemas. Simplesmente o ignora e finge que nada aconteceu.

Bom, acho que a explicação sobre o niilismo ficou clara e sucinta. Vale ressaltar portanto, que o niilista não é um individuo que busca a reabilitação através do ser humano. Se o niilista for mudar sua ideologia, será algum dia por si só, sem a intervenção dos que o cercam. Gostaria de deixar registrado aqui meu grande respeito aos niilistas. Vivamos entre o nada e o vazio, seus filhos das putas!

Zaratustra

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Afetos, afetos, afetos!




Ahhh, malditos sejam os que vivem na era do vazio. Uma era em que ninguém se importa com ninguém, em que a vaidade prevalece, em que os afetos são vazios!
Os afetos, como sentimos falta dos nossos afetos, que antigamente existiam aos montes! Hoje em dia ninguém confia em ninguém, e as pessoas estão cada dia mais solitárias!
E o pior é que as pessoas pensam que tem amigos! HAHAHAHA Eles não entendem que esses amigos, assim que tivessem a oportunidade de foder com eles, foderiam facilmente!

Ahhhh malditos sejam os afetos atuais, que de nada servem. Prefiro ter várias rochas ao meu lado, rochas, isso mesmo, rochas, daquelas que estão mortas mesmo, as inanimadas, do que me cercar de pessoas vazias, interesseiras, que sei que não tem afeto por mim!
Que morram as pessoas, como eu tenho nojo das pessoas, malditos seres humanos!
Vou me trancar, com as minhas pedras, chamá-las de amigas, partilhar segredos, revelar frustrações... Sei que o carinho delas é mais sincero do que do ser humano!

Ahhhh malditas sejam as pessoas que habitam esse lugar! Como eu gostaria, como eu iria amar, se a teoria do fim do mundo fosse concretizada. Como eu desejo que tudo fosse limpo!
Aos que acham que eu tenho medo da morte, aos que acham que me afugenta a sensação de me perder no tempo e espaço, que me aguardem no inferno!
E se o mundo estiver acabando, estarei sentado, com uma garrafa de whisky numa mão, um maço de cigarros no bolso e me sentirei espectador da limpeza, a limpeza daquilo que um dia se designaram afetos, mas que na verdade são apenas merda materializada em carne e osso!


Zaratustra

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

A verdadeira ilusão



A verdadeira ilusão. O que é a verdadeira ilusão: é a esperança! A esperança nos ilude a acreditar nas coisas, a achar que o ser humano tem jeito, que o mundo vai ser um lugar melhor, mais alegre, mais colorido, mais cheio de vida. Um lugar em que existirá altruísmo massivo e a vaidade será apenas uma lenda. As pessoas não mais se importarão em ostentar as coisas, como é nos dias de hoje. E como ostentam! Sujos, malditos, imundos! Ostentam tudo que tem para todos que conhecem. A todo momento nas redes sociais só vemos pessoas mostrando seus equipamentos eletrônicos de última geração, viagens internacionais, baladas de luxo! Ostentam seus namoros, e como ostentam! Vemos fotos e casais felizes, como se jogassem na nossa cara suja e niilista "Nós temos aquilo que vocês não tem, que nunca vão ter! Morram de inveja seus babacas!" E gostam disso. A cada curtir de uma foto ostensiva, é um orgasmo do ostentador! Malditos, malditos, malditos! Tomara que se afundem em dívidas, que nunca mais possam ostentar como fazem hoje. E aos casais felizes, tomara que esses relacionamentos acabem com uma tristeza e um ódio de igual ou maior força ao atual amor de vocês! Tomara que hajam dezenas de pessoas destroçadas com o término desses relacionamentos de merda! Odeio, odeio todos eles! Sinto inveja a todo minuto e a todo instante!

E ai lhe pergunto: esperança? Esperança pra que? Não vale a pena insistir nessa verdadeira ilusão, nesta ostentação vazia e desnecessária! Não nos apeguemos a essas verdadeiras ilusões. Vamos nos lembrar sempre daquele niilismo que foi a única estrutura no fim de nossa adolescência sem família ou amigos. "Viver do nada para o nada. Tudo é vazio!"

Zaratustra

Cansado...


Cansado...
De ter que assistir as coisas de uma forma tão fulgaz e tão sem sentido, como estão sendo ultimamente. As reclamações são muitas. As pessoas cada vez mais reclamam de coisas que são completamente inúteis ao próprio ser humano como indivíduo. Porra, só porque você não tem dinheiro pra comprar um Iphone, isso não é motivo de desespero. Completamente idiota!

Cansado...
De lutar contra mim mesmo, uma luta que parece que não vai ter um vencedor, uma luta em que a derrota parece inevitável. Por mais que eu tente, eu não consigo me esconder daquilo que faz mal pra mim. Eu busco isso. Isso me sacia, esse âmbito de se sentir mal, essa tristeza irremediável, esse caminho sem volta que eu comecei a trilhar e não consigo sair mais.

Cansado...
De ouvir o que tenho de ouvir. Há tempos que não tenho uma conversa construtiva com alguém. São somente bobagens, bobagens sem o menor propósito, sem nada a oferecer. E, infelizmente, tenho que fingir que está tudo bem, que me importo com aquilo que ouço. E como falam! Não param de falar nem sequer por um minuto. Me sinto emburrecido a cada dia que passa!

Cansado...
Simplesmente cansado mesmo. Talvez seja a hora de parar de nadar, de olhar as coisas de uma forma completamente passiva, de não se importar de verdade com as coisas ou com as pessoas. Talvez seja hora de parar de beber, e simplesmente vegetar por aí, sem se preocupar com a abstinência do alcool, que certamente me levaria às lágrimas e à depressão profunda...

Zaratustra