terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Niilismo: entre o vazio e o nada!



Amigos! Por muitas vezes falei aqui sobre o niilismo, me mostrei adepto a essa ideologia, a essa corrente de pensamento pessimista e destrutiva, mas em momento algum parei para explicar um pouco da essência da coisa, um pouco da existência do inexistente, do vazio da máquina que nos corrói dia após dia, nos distanciando cada vez mais daqueles meros mortais, que acreditam na construção, no preenchimento completo daquilo que julgamos, como niilistas, um simples corpo vazio. E esse sentimento constatado de completo vazio nos alimenta diariamente para poder mantermos um ritmo de tristeza amarga e lenta, de vazio inerte e de descrença em qualquer tipo de solução para nossos problemas.

O termo niilista vem do latim nihil que nada mais significa do que "vazio, sem forma, nada", e por isso que utilizamos o termo vulgarmente para designar algo oco. A primeira vez que esse termo foi empregado, por um romancista russo, o sentido da palavra niilista era mais algo do tipo contestador, esbravejador dos costumes morais. Traduzia o pensamento daquele ser que contestava os costumes morais, que não aceitava a sociedade com seus costumes. Nada mais do que um termo para explicar os pensamentos de um ser humano da contra cultura, de alguém que batia de frente com o resto da sociedade e, inevitavelmente, com os costumes de tal sociedade. Porém, foi com o autor Friedrich Nietzsche que o termo ganhou o uso mais tradicional atualmente, de vazio e nada. Para o filósofo alemão, o niilista era aquele ser humano que não tinha um objetivo para estar vivo. Simplesmente estava. Não possuia quaisquer objetivos, ou intuitos, ou emoções. Vegetava, passava os dias esperando o próximo sem pensar no futuro. Era um carpe diem um pouco mais destrutivo e apático, digamos assim.

Pois bem, após as devidas explicações, necessito falar aqui um pouco sobre ser adepto do niilismo. Na minha juventude já fui um ferveroso niilista, no estilo mais puro e mais tradicional. Me recordo de algumas coisas daquela época, tais como, não cortar cabelo ou fazer barba, usar as roupas sempre iguais, sem apego nenhum à aparência. Isso porque, se você acredita que está no nada e vai para o nada, qual é a razão para que você se preocupe com aparência. A aparência para um niilista, não passa de vaidade. E a vaidade é algo com objetivos claros, tais como, ser aceito dentro de uma sociedade, procurar um relacionamento afetivo, entre outros. Portanto era desnecessário que eu me preocupasse com isso. Outra ponto importante para ressaltar é no que tange ao uso de drogas e alcool. Ambas substâncias são para o prazer momentâneo e prejudicial para o futuro. Sendo assim, muitos niilistas abusam desse tipo de coisa, uma vez que se estamos no nada e vamos para o nada, não há sentido em se preocupar se amanhã estaremos de ressaca, ou mortos. Isso tanto faz. Portanto, nessa minha época de niilismo mais pesado, abusei de diversas formas, sem me preocupar com as consequências futuras daquilo que eu praticava.

Não vou me delongar muito, senão o post ficará deveras chato (mais do que já está), mas em tese, em resumo do que foi dito, vamos designar o niilista como uma pessoa que:

- Acredita que estamos no nada. O nada como essência de nada, como o vazio. E que acredita que do nada, o lugar pra onde vamos, independente do que façamos, continua sendo o nada, portanto, não exixte evolução alguma.
- Não se preocupa com o amanhã. Uma vez que estamos num lugar hoje, e amanhã estaremos no mesmo lugar, não há porque se preocupar com a apatia.
- O niilista é um sujeito apático. Não espere de um niilista uma palavra de carinho, um gesto diferenciado. O niilista não tem a menor motivação para resolver problemas. Simplesmente o ignora e finge que nada aconteceu.

Bom, acho que a explicação sobre o niilismo ficou clara e sucinta. Vale ressaltar portanto, que o niilista não é um individuo que busca a reabilitação através do ser humano. Se o niilista for mudar sua ideologia, será algum dia por si só, sem a intervenção dos que o cercam. Gostaria de deixar registrado aqui meu grande respeito aos niilistas. Vivamos entre o nada e o vazio, seus filhos das putas!

Zaratustra

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