terça-feira, 7 de maio de 2013

O bilhete da vodka Natasha



Acordei fodido. Não lembrava de nada na noite anterior. Corri para o banheiro, gorfei minha vida ali naquele vaso. Na verdade era só água, estava comendo pouco por causa da cocaína. Havia emagrecido uns quilos, mas isso não é assunto pra esse texto. Enfim, gorfei bem mesmo, o vaso ficou fedido pra cacete. Fui na sala, encontrei um bilhetinho. Poderia ser um bilhete de amor, mas não era. Ele dizia:

- Não escovei seus dentes. Não coloquei teu pijama. Liguei pro seu amigo Luis. Falamos groselhas, sobre você querer foder uma caixa de som e sobre como os unicórnios são seres injustiçados pela ditadura. Ahhh, e liguei pra Lisa, eu disse que ainda amo ela, mesmo ela estando com aquele filho da puta do Pedro. Postei no FaceBook que você é um fracasso, e que gosta da "noite e do alcool". Sim, entre parenteses mesmo. Fiquei com dó de dizer que você cheirava, quem sabe na próxima... Outra coisa, estava meio carente, resolvi que ia dormir abraçadinha com você. Claro que coloquei você pra dormir na escada, adoro essa dor nas costas que te estressa. Você fica tão lindo irritado! Bjsss

Ass: VODKA NATASHA

Caralhos, eu estava com muito azar. Maldita vodka, havia me fodido no rolê! E sim, eu havia dormido abraçado com ela. Sim, havia dormido na escada, e sim de novo, estava com uma dor nas costas dos infernos. Sei que é deprimente, mas foda-se, o bilhete havia sido bem melhor do que tudo o que a vodka havia me feito fazer na noite anterior. Resolvi voltar a dormir, dessa vez na cama mesmo, e pra não perder o costume, dormi abraçado com a vodka Natasha.

Zaratustra

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