sexta-feira, 1 de março de 2013

Velho chato!



Eu estava bêbado faziam uns 4 dias. Meu bafo estava uma merda, mas tinha que ir no dentista. Escovei os dentes de forma violenta "preciso tirar esse cheiro de merda da boca" pensava, sabendo que poderia levar esporro por não cuidar muito bem da minha saúde bucal. Fui no dentista, acabou que tudo deu certo. Meu único problema é que eu estava ficando sóbrio, e isso sempre é um mal sinal, sempre que fico sóbrio minha vontade é de ficar em casa, deitar na cama e ver se choro, mas sempre, sempre mesmo, não consigo chorar e isso me rói os culhões, fico mesmo mal com isso. Teria que evitar isso.

Meu dentista era do lado da estação Vila Mariana, próximo ao colégio Madre Teresa. Saí de lá, peguei a Domingos de Moraes sentido Ana Rosa. Uma caminhada de uns bons 10 minutos. Parece pouco, mas tenta beber todos os dias e fazer isso, dá vontade de enfiar uma faca no cu e girar ela, seria algo menos pior. Cheguei próximo a estação Ana Rosa. Tinha um banco, paguei umas contas, todo mundo precisa fazer isso de vez enquando, e passei num buteco que conhecia bem. Era um bom buteco. Breja barata, pasteis a 1,20 reais, e uma chinesinha que não era gostoooosaaaaa, mas era gatchenha, que atendia ali, e caralhos, eu sempre tive queda por asiáticas "mulheres pequenas, com seios pequenos, bundas pequenas, mas que gemem dahora. Isso são boas mulheres, você as controla no seu pau, justamente porque são pequenas", pensava.

- Ei flor, me dá uma Skol garrafa e dois pastéis de queijo. - pedi e pisquei o olho esquerdo.

"Caralho, tentando pegar a chinesinha do buteco... Boa Carlos, muito boa mesmo!" pensava enquanto esperava a minha brejinha e meu pastel.

Minha breja chegou, juntamente com meus pastéis frios, mas ainda comíveis, e isso que conta. Enchi o copo com a Skol, daquele copos pequenos de buteco, virei tudo goela a baixo em uma única e grande golada "caralho, bem melhor, bem melhor a vida com alcool no sangue" pensei enquanto mordia o pastel de beiradinha.

Peguei o único katchup que tinha por ali, e estava comendo um bom pastel frio com katchup e bebendo uma boa breja. O dia estava bom, estava valendo a pena estar ali. Não queria morrer, estava satisfeito por estar ali. Vejo um velho, muito feio, entrar no buteco. Parecia ter uns oitenta anos. Tinha cabelos brancos, mas se notava a calvice nele, mas até que estava suave. Seu nariz era feio, meio batatudo. Não tinha barba, mas a cara estava bem destruída, principalmente a pele. Barriguinha suave, gordo ele não era mesmo. Trajava roupa social, calça preta e camisa azul. A cara fechada, isso era sua marca com certeza. Parecia incomodado com algo.

Sentou do meu lado. Pegou o katchup só pra ele. "Filho da puta mano, filho de uma puta virgem" pronto, eu não tinha mais katchup. Ia comer pastel frio e sem katchup. Ao menos tinha a breja, isso é sempre bom né? Bebia minha breja comia meus pastéis. O velho filho da puta estava de mal humor. Pedia pastéis.

- Não quero esse. Esse tá muito magro. Vocês chineses são fodas, parecem judeus, gananciosos e mãos fechadas pra caralho. Me dá um mais gordinho.
- Qual que você qué senho? Goldinho tem de calne e de queijo. Pode escolhe.
- Ahh tá tudo magro nessa merda... Sei que vocês fazem de propósito. Me dá aquele ali da direita.

A chinesinha pegou pra ele com uma cara "puta velho chato se fuder sem maldade, tomar no cu", mas não disse nada, respeitou ele bem. Colocou num daqueles pratinhos de plástico e serviu. Ele não tinha pedido nada para beber e comia de cara fechada. Ofereci pra ele um copinho de breja.

- Ei champz, vai uma brejinha aí?
- Não. Alcool destrói as coisas. A juventude de hoje bebe muito, por isso que tá tudo uma merda.
- Ok man, cê que sabe.

Quis evitar confrontos. Mas xingar a bebida ele pegou pesado, mas foda-se. Acho que as pessoas velhas são amargas porque já viveram muito. Chega um ponto na sua vida que cê já fez tudo, tá cansado. Tá só esperando morrer. Cê bebeu muito, cheirou muito, fumou muita erva, tomou muita bala, trepou demais... Tá cansado dessa porra. Aí cê fica amargo e começa a criticar isso tudo, manda todo mundo PRA PUTA QUE PARIU  e se acha o dono da verdade. Mas porra, se você tá cansado de tudo, você tinha que ter bebido mais, fumado mais, cheirado mais e trepado menos. Com sorte você morreria antes dos 50 e não seria UM FILHO DA PUTA RANZINZA que enche o meu saco.

Beberiquei minha breja um pouco mais, estava mesmo ficando bêbado, isso é ótimo, estava começando a ficar feliz com algo, não é a melhor das coisas, não aconselho pra ninguém, de verdade, mas era isso que tinha no momento. Amigos, alguns. Família ok. Mulheres, mulheres NEM FODENDO QUE TINHA, NEM FODENDO mas garrafas, essas eu tinha sempre e me dava bem com elas.

O tal velho chato foi embora, mas na hora da conta groselhou mais.

- Tá errada essa conta. 5,70 é muito pro que peguei.
- Tá celto senhô. O que pesou foi o pastel de calne.
- Deixa eu conferir essa merda.

A chinesinha deu a conta pra ele ver de perto. Ele conferiu e fez cara de cu. Velho sempre está com cara de cu, mas ali ele mostrou mais ainda isso, de cara de cu e talz.

- Tá certo. Agora que conferi tá certo.

O velho devolveu a conta pra chinesinha gata. Pegou uma nota de dez reais, bem surrada, e entregou pra ela. Fez questão do troco de R$4,30. Pegou o dinheiro e foi embora.

Eu continuei minha breja, bebia devagar, estava na maciota, a última coisa que queria era uma porra de um PT ali, gorfo e talz, isso nem fodendo. Estava suave mesmo. Dei uma grande golada e olhei pra chinesinha gata.

- Dia difícil né? - um sorrisinho maroto no rosto.

Ela não respondeu, mas tanto faz. Já não espero que as bucetas apareçam a rodo, somente brejas e vodkas, isso já me mantem bem satisfeito mesmo. Terminei minha breja, paguei a conta e sai de lá. Precisava chegar em casa urgentemente para dar uma boa cagada, daquelas fedorentas de quem bebe muito!

Zaratustra


Nenhum comentário:

Postar um comentário