quarta-feira, 24 de julho de 2013

Olhos cansados



Olhos cansados
Dentes doloridos
A garrafa só esvazia
Mais, e mais, e mais
e ainda mais
E torno a esvaziá-la
A música toca
Mas a sinfonia se repete
Uma garrafa do lado
das frustrações
e dos problemas
e de tudo mais

Parei com o alcoolismo público
Levei isso pro íntimo
É como uma droga
Faço sozinho, sem que vejam
Às 10h, às 15h ou às 2h
Não tem hora pro alcool
O que importa é o sigilo
E os olhos cansados
Abatidos, com olheiras
Só tenho eles me acompanhando nisso

A melodia é só uma melodia
A morte é mais fácil
do que a vida
Flautas rompem o ambiente
E tudo o que sinto é torpor
Martir?
Jamais
Tudo reverbera para o nada
E o concreto se torna abstrato
Genial é aquele que tem sentido na fala
Eu só bebo

Os olhos se fecham
Sim, os olhos cansados
Se fecham
Dormi e não acordei mais
A morte é mais fácil do que a vida

Zaratustra

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