sábado, 13 de julho de 2013

Não me salve do inferno, me deixe lá que lá é meu lugar!



Ela me beijou com aqueles lábios molhados, tive esperanças ao menos um dia, eu estava amando ela, ela nem me amava, eu bebia demais, ela nem bebia tanto, éramos um casal que curtia e isso era tudo, tínhamos prazo de validade, ela estava cansada de mim, o fim parecia bem próximo, ela me salvava do inferno e dizia que eu era um fofo, e por ela eu bebia menos, e por ela eu diminiu com os excessos e por ela a vida parecia fazer um pouco mais de sentido, e por ela, caralho, meu gorfo de Cuba Libre pela manhã parecia só uma coisa de adolescente. Eu bebia demais, eu bebia demais e bebia demais mesmo, e ela queria que eu parasse um pouco com os excessos, mas aprendi que tudo era passageiro menos o alcool, ela era passageira, o alcool não. Linda. Ela era linda, e queria me tirar do inferno, mas eu estava bem lá, conversava com o Diabo e tudo prosseguia muito bem, tirando os gorfos e a raiva do meu pai. Pois bem, minha ressaca gritava, eu nem ligava, ela sim, eu não, mas enfim, eu tinha mais alguns anos pra viver e ela viveria até os 80! Gorfava sempre, às vezes eu chorava, ela não e a vida ia bem até pra duas pessoas que não ligavam pra outras coisas. Me deixe no inferno, me deixe no inferno, me deixe lá e veremos o que acontece!

Zaratustra

Nenhum comentário:

Postar um comentário