quarta-feira, 26 de junho de 2013

Medo de se apaixonar? (Parte 2)



Sim, sim, sim, sim... Ela era foda! Se eu comecei o texto assim, é sinal que ela era diferente. Porra Carlinha, você era acima da média, e eu não podia mudar isso, não podia te deixar abaixo da média. Merda, havia me tornado mais um daqueles românticos, estilo Rimbaud, ou Augusto dos Anjos, ou ainda, o próprio Carlos Drummond, ou ainda, o gênio Vinícius de Moraes. Porra! Eles eram geniais, eu bebia, eu não era nada, e ainda assim Carlinha falava comigo, como se namorassemos, mesmo que não namorassemos. Carlinha, Carlinha, sou durão, aprendi isso, mas você estava me amolecendo. Eu já nem era sombra daquele bêbado que fodia as putas e gozava dentro, claro, das camisinhas. Eu era mais importante, eu segurava as garrafas e bebia na maciota e tentava não apagar e me lembrar do seu sorriso bobo com as minhas piadas e do seu olhar meigo com qualquer coisa que eu dissesse. Merda! Sim, eu era a vítima, você a criminosa, eu estava de joelhos e você controlava tudo. Foda-se. Paixão é isso. Eu queria estar ali, apaixonado, mesmo sem lembrar das datas, ou de quando te paguei um chocolate, ou de quando transamos... Não lembrava o dia, mas sim, havia sido sensacional. Carlinha, estava amando alguém, e sim, era você. Foda-se.

Zaratustra

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