quinta-feira, 20 de junho de 2013

Eu e meus cinquenta e dois anos...



Ainda sinto o sol no meu rosto, de quando eu fazia aquelas caminhadas matinais, em que o tempo estava agradavel, em que havia muito vento, mas o sol ainda não estava muito forte. Tinha muito folego, principalmente ânimo, ainda mais esperanças e vontades, de viver, estar vivo e sonhar. Bons tempos da minha juventude, em que eu podia beber por dias e por mais dias seguidos que meu fígado respondia muito bem, em que eu podia fumar e fumar que nem uma leve tosse aparecia. Agora? Agora eu sou só mais um homem frustrado com cinquenta e dois anos, em que eu lutei tanto e não consegui chegar em lugar nenhum. Não passo de um plano que deu errado, socialmente falando, um plano que tinha tudo pra dar certo mas fracassou de forma ultrajante. Solteiro, sem namoradas, muito menos esposa, tento pensar que sou um solteirão convicto, mas não sou, uma vez que dinheiro não tenho, saúde também não e mulheres muito menos. Sim, eu tive várias mulheres na minha vida, muitas eu simplesmente joguei fora, outras eu tentei e não consegui nada, mas a maioria delas eu perdi por causa do jogo, das drogas e principalmente do alcool. O alcool acabava por foder tudo o que eu meramente tentava construir, destruia todas as bases sólidas que possam existir em qualquer relacionamento saudável, as mulheres não me suportavam, não suportavam meu bafo, nem meus apagões, que estavam a cada dia mais frequentes... Merda, aonde foi que eu havia chego, além de não ter chego em lugar algum? Quanto aos filhos: eu tinha uma filha, ela mal falava comigo, eu sabia que eu tinha sido um péssimo pai, portanto aceitei quando ela casou e foi pra fora do país. Fazem uns 4 anos que não a vejo, e pelo menos uns 10 que não vejo a mãe dela. Eu e meus cinquenta e dois anos... Respiro o fracasso, me sinto tranquilo e aguardo a minha morte.

Zaratustra

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