sábado, 20 de abril de 2013

Is this the end???



O gosto de cal persistia na minha garganta, meus dentes estavam moles haviam malditos três longos dias, e sim, ainda estava deitado no sofá, em estado de pós-depressão de cocaína.

Eu bebia, sim, bebia, e assoava o nariz de forma furiosa. O sangue escorria, descia, passava pelo bigode, me sentia encruzilhado, mas a veia que estourava no nariz ainda tinha suas necessidades (como mandar uma cocaína, mas manterei segredo até a primeira dama descobrir, o que será rápido, uma vez que ela pegou uma linha em cima de um espelho e você disse que era só um reflexo empoeirado de ti!)

Eu lembro de que toda cocaína que eu cheirava, eu ainda tinha boas ideias. Era 1.5g que dava pra uma hora. Eu cheirava 15 malditas linhas em uma maldita hora! O coração disparava, era doido. Socava a parede, gritava, gemia e sim, ainda bebia. A cara pesada pelo alcool, a arcada dentária danificada pelo pó, me trancavam e eu estava bem ali, trancado.

Gastara cerca de 30 reais ao dia, não era muito, mas garantia minha estadia no inferno. Me afastei de tudo e de todos, família, amigos, conhecidos... Honestamente, foi como se eu tivesse morrido, dei perdido em todos. Inventava boas mentiras, dizia que não poderia ir aos nossos encontros, por qualquer motivo vazio de merda, e não restava nada mais pra eles, além de acreditar e pararem de falar comigo.

Até insistiram, no começo, mas eu conheço o ser humano, sim, apesar de toda a cocaína no meu cérebro e sangue, eu sei que o ser humano desiste das coisas mesmo sendo família ou amigos, pois na real, nenhuma vida é mais importante do que a sua própria.

Cheirava 15 linhas de manhã, o coração disparava, o nariz escorria muito, eu batia na parede e gritava. Bebia meio litro de vodka, logo depois, após isso, o coração acalmava. Dormia pelas tardes e a noite repetia o processo.

Era um bom nível de morte ao dia, todos os dias "3g de coca e 1 litro de vodka todos os dias... Is this the end???" eu me perguntava, mas eu sabia que morrer eu não iria. Sofria, chorava, xingava, mas a morte infelizmente não iria vir. Eu admirava aquelas linhas sobre meu caderno, sim, o mesmo caderno em que eu escrevia minhas coisas tristes outrora. Colocava a garrafa de vodka no fundo, olhava, ria e caia na cama, chapado, e digo, a pior parte era não sentir os dentes. Passava a língua e nada, assoar o nariz e sair sangue ok, mas não sentir os dentes era uma merda!

Me isolara faziam uns 4 longos meses. Todos haviam sumido. mas na real, eu estava bem acompanhado. Cocaína, vodka e boa música. O nariz sangrava, os dentes dormiam, o fígado gorfava e chorava, mas ainda estava melhor do que acompanhado dos hipócritas filhos das putas!

Zaratustra

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