domingo, 22 de setembro de 2013

Sentido? Pra que? Foda-se, o que importa é se reinventar!



Pintar o céu com as cores mortas das coisas abstratas que eu pego nunca é legal. Senti um arrepio na espinha, me virei, respirei, bebi (sim, somente nesse dia eu bebi[MENTIRA! EU BEBIA SEMPRE, CARALHOS!]) do elixir do mal, do destruidor de lares, e depois me mantive intacto perante todos que me circundavam. Eles riam e cuspiam na minha cara, falavam que a insanidade habitava meu corpo com violência, e que eu estava fadado ao fracasso espiritual. Bebi mais um pouco do elixir, joguei o copo no chão (era mesmo verdade que o alcoolismo não me levava a nada[MAS EU SEMPRE INSISTI NELE, CARALHOS!]), ele se partiu em pequenos cacos brilhantes como o sorriso de uma criança que é traumatizada pelos pais no dia do seu aniversário. O solo de guitarra do Gilmour ainda reverberava, e eles ainda cuspiam em mim, cadê, cadê a tal felicidade que todos haviam me dito que eu alcançaria? Ahhhh, respirei fundo de novo, fechei os olhos, a morbidez sim habitava o meu ser (e não a insanidade) apesar de que a violência e a intensidade eram semelhantes ao que os que me circundavam haviam dito. Inspirava e expirava, inspirava e expirava, inspirava e expirava... O processo todo durou cerca de 72 horas plutônicas, ou seja, quase uns meses quebrados no tempo terrestre. Eles ainda cuspiam e riam da minha cara, mas com o tempo isso foi passando, e isso foi passando, e me encontrei sozinho com o meu ser (meu inconsciente e meu consciente juntos e unificados) num grande espaço branco e vazio que gostaria de ser preenchido por novas memórias. Os risos morreram, os cuspes cessaram e eu, de olhos fechados dei ínicio a algo novo, algo que o elixir não podia me proporcionar. O mundo tinha muito mais a me oferecer do que uma garrafa!

Zaratustra

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