domingo, 29 de dezembro de 2013

Ode à morte



Arrumem armas de grosso calibre pra atirarem contras as vossas cabeças. Arrumem facas afiadas pra cortarem vossos pulsos, ou pescoços, ou ainda, ouvi dizer que se furastes determinada parte da perna, vais sangrar como uma garotinha na primeira menstruação e morrerás. Soquem uns aos outros até a morte, sejam violentos, tenham a respiração ofegante e raivosa, cuspam nos rostos alheios em busca de confusão. Morram. Finjam cólera, abasteçam a ira e o ódio, não olhem diretamente nos olhos, isso faz a pessoa fraquejar e se tornar mais sensível, mais fraca. A força do ser humano está no desejo de derrubar o outro, está na fome de querer a morte de quem lhe faz mal, de quem lhe chutou ou lhe traiu. Respirem o cheiro de enxofre, se preparem para irem pro outro lado, para conhecerem sua outra forma (um corpo estirado num caixão de madeira tipo mogno).

Morram. Fujam dessa imundice de sensações e simulacros de verdade. Saiam daqui, sejam dignos. Como somos fracassados!

Zaratustra

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