terça-feira, 12 de novembro de 2013

Se eu te ver passar...



Se eu te ver passar, é melhor que você passe reto por mim, sim, como dois estranhos, eu não quero nem ao menos cruzar meu olhar com o seu, e nem ver seus pés, nem os braços ou pernas, ou seios, muito menos, repito, muito menos sua face. Se eu te exclui e te bloqueei no FaceBook, é bom que você entenda que eu te quero morta (sem dramas, não sou do tipo assassino passional, digo morta pra mim, a sua vida tem que continuar sem mim e vice-versa), apesar de que pra você é mais fácil, pra você tudo acaba sendo mais fácil, e vão ter mais umas mulheres na minha vida, podem existir mais uma ou mais mil, mas caralhos, como é possível isso, como é possível eu não querer mais nada com as outras (que sim, são superiores à você), e ficar igual a um cachorrinho babaca, boquiaberto, quando penso em você, quando sei que te perdi e nunca mais vou te recuperar? Merda.

Se eu te ver passar, espero que seja a última vez que nos encontremos, eu não quero mais me recordar dos nossos momentos juntos, nem de tudo o que fizemos ou deixamos de fazer, nem das expectativas que eu criei em cima de você (de forma ingênua e tola, claro), e não me venha com o papo de que fui avisado, não me venha com esse papo. Kafka disse uma vez que o ser humano não é uma ciência exata, e por mais que pensemos em algo, infelizmente podemos perder o controle sobre tudo. Talvez isso seja somente durante essa noite, talvez seja para sempre, honestamente eu não sei, pode ser um lapso de carência, ou um leve distúrbio psicológico, mas caralhos, eu volto a me perguntar: como, como posso ser apenas um cachorrinho boquiaberto quando penso em você? Merda.

Se eu te ver passar, e eu olhar nos seus olhos, não se espante se eu fixar meu olhar no seu com um pouco de raiva e um pouco de amor. Isso acaba sendo o natural. Mas não se preocupe, isso não é culpa sua, a questão é que você está me atrapalhando em outras coisas e você precisava saber disso. Obrigado por ouvir Carlinha, tchau.

Zaratustra

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