domingo, 24 de novembro de 2013

Ficando velho...



Os pássaros cantavam naquele domingo de manhã em que eu voltava de cabeça pra baixo pra casa, em passos lentos e desanimados, os próprios pássaros estavam me irritando profundamente, e tudo o mais me irritava também. Tive vontade de atirar pedras neles, mas desisti, achei melhor evitar tal esforço.

Não que eu estivesse triste ou mal, mas eu estava me sentindo mais velho, mais acabado, sei lá, ou eu estava criando o juízo que minha mãe sempre dissera existir. Brincadeira. Eu ainda não tinha juízo algum, simplesmente eu estava ficando mais careta. Enquanto eu tragava um Marlboro (sempre do vermelho, é lógico), lembrei dos tempos em que eu conseguia beber pra caralho por oito ou nove dias seguidos, ou como naquele mês em que acabei com dez garrafas de vodka em trinta dias. Isso sem contar as cervejinhas (que foram demais pra contar), e eu me mantinha bêbado como um irlândes as vinte e quatro horas do meu dia. Agora não mais, agora eu ia para as baladas pra ficar sentado em sofás e tomar apenas um drink a noite toda. E pior, voltar pra casa e estar com sono, mas tanto sono que eu tentei empurrar cerveja pra dentro do estômago enquanto assistia TV às seis da manhã e acabei pegando no sono. Porra, eu tinha uma reputação a zelar, e o máximo que eu conseguia era pensar na minha cama e no meu sossego sóbrio.

Zaratustra

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