quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Fênix!



Eu estava pra baixo, eu me sentia um fracasso, a poeira não estava somente no meu rosto, e sim na minha boca, eu não tinha nada além de textos (e muitos por sinal) e um pouco de cansaço pelo novo emprego puxado de 10 horas por dia, e cansaço era bom, sair e trabalhar era bom, ver pessoas era bom, e apesar de estar fracassado, apesar de ser ainda um pequeno lixo socialmente falando, de me sentir sem confiança pra nada, nem pra sorrir e nem pra chorar, eu ainda tinha meus amigos, eu ainda tinha eles, e tinha também os estranhos da internet, que quando falavam comigo me ajudavam, e pra caralho.

Naquela tarde pós depressão por causa da Carlinha, eu estava conversando com um sujeito de um grupo na internet, um grupo de evolução pessoal, diguemos que o nome dele era Gabriel. Pois bem, ele era um cara já experiente, pedi a sua ajuda e ele me ajudou, como um jovem ajuda um velhinho no metrô... brincadeira, velhos não são ajudados mais, a nova geração quer que os velhos se fodam! Pois bem, conversei com ele sobre Carlinha, eu estava mesmo desesperado, como disse no ínicio do texto, tudo o que eu achava que estava certo, estava errado, as mulheres sempre te fazem de trouxa fingindo que você está no comando, e Carlinha fez isso, e quando menos esperamos elas vêm sorrateiras e... te dão o bote! Gabriel e eu conversamos por algum tempo, ele me perguntou se eu estava mal, eu respondi "Sim", perguntou se eu queria ficar assim, eu disse "Não", perguntou se eu controlava meus sentimentos, eu respondi novamente com "Não"... Então ele disse que eu estava ERRADO, que se eu quisesse ser meu próprio dono era mais do que obrigação que eu controlasse os meus sentimentos.

Resolvi que ele estava certo, acabamos tendo pequenas recaídas com o tempo, mas naquela tarde eu decidi que não importa, não importa se estou na lama, ou no lixo, ou no cu de um mendigo, sem confiança, se sentindo um fracasso, eu era obrigado a me sentir melhor, eu era obrigado a pegar outras mulheres, a elevar a minha confiança (de novo), a mostrar pra mim mesmo que sou melhor do que isso, que sou melhor do que um chororô por causa de mulheres que não me amam, que posso fazer sempre melhor do que estou fazendo agora, que posso ser mais inteligente e menos burro, que posso colocar diálogos nos meus textos quando me der na telha... Era mudar pra algo melhor ou esperar a morte me buscar enquanto eu vegetava esperando as coisas se resolverem. Porra. Falar isso era fácil demais, mas precisava de coragem pra colocar tudo isso em prática. Precisa cortar o cabelo, fazer a barba, ficar apresentável, manter os exercícios físicos (ao menos isso eu vinha fazendo), e pegar uma boa tiriça, uma melhor, uma com uma cabeça no lugar e uma inteligência acima da média... Se Carlinha não me queria, eu tinha que achar quem quisesse, e essa seria minha missão, mesmo com todos os revezes apresentados. Foda-se. Fui à luta.

Zaratustra

Nenhum comentário:

Postar um comentário