segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Ainda não era a hora, somente isso e nada mais



Olha, não é que eu não estivesse pronto pro casamento. Eu via todos os meus amigos de infância casando e tendo filhos e batia alguma coisa do tipo "serei o tio do rolê, certeza que serei!", mas não que me sentisse mal, somente era uma nova sensação que eu estava aprendendo a lidar.

Chegaria a hora em que eu arrumaria uma boa esposinha, que cozinhasse meus filés de frango e cortasse a minha salada e lavasse minhas roupas, e me levaria ao médico no caso de qualquer enfermidade, além de manter a casa limpa, sem as costumeiras baratas de um solteirão convicto. Sim, ela ainda teria quadris largos o suficiente pra parir um filho meu, sim, o pequeno Carlos, e trocar a fralda, e vê-lo crescer e aprontar todas na vizinhança, e eu seria o pai legal, ela a mãe chata, a que colocava de castigo enquanto eu ensinaria ele as mais diversas putarias pra ele utilizar com as garotinhas da escola... Sim, e eu me manteria bem com ela, dormiria todas as noites em casa e quase todas as noites no colchão (exceto quando brigassemos, aí eu rumaria ao sofá), e seria um bom marido, daria carinho, amor, atenção, segurança e honestidade, e fugiria das tiriças que importunam os homens casados e sérios. Mas ainda não era a hora, somente isso e nada mais.

Zaratustra

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