domingo, 24 de novembro de 2013

A place to hide



- Cara, não me enche a porra do saco! Que merda, para de querer controlar a minha vida! Porra! - eu berrava com Alice, minha mulher na ocasião.
- Carlos! Carlos! Eu não vou admitir ser tratada desse jeito! - ela meteu o dedo em riste no meu nariz.
- Ahh, foda-se, foda-se, você é uma vadia! VA-DI-A! Nada além disso!

Nisso, eu já puto corri pro quarto, joguei a porta com tanta força contra o batente que fez um barulho alto pra caralho do tipo BLAAANGGG, eu liguei o som no talo, ouvia naquela ocasião The Soft Parade do The Doors.

Can you give me sanctuary
I must find a place to hide
A place for me to hide

Can you find me soft asylum
I can't make it anymore
The Man is at the door 


Tirei minhas roupas e me deitei somente de cuecas na cama, olhei pro lado e vi que em cima do criado-mudo havia uma garrafa de vodka (pensei naquele momento "obrigado DEUS!"), não era Smirnoff, não era Natasha, sua marca era Raskov, nem lembrava o porque eu havia comprado ela. Mas enfim, eu tinha boa música, estava deitado na cama e tinha alcool pra me ajudar a enfrentar aquele casamento frustrado que me consumia mais do que moleques de rua consomem pedras de crack (e em dias de sorte cocaína). Havia trancado a porta, Alice batia nela com força, gritava palavras de ordem tais como "Carlos, abre essa porta! Carlos! Que porra!"

Eu não ligava a mínima pra ela, eu estava cansado de tudo aquilo, precisava de um pouco de paz de espírito e de sossego. O dia passaria mais rápido com a vodka e com boa música, e por um momento me senti feliz de novo.

Zaratustra

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