Quando
estamos com grandes refeições à nossa frente e bons drinks
e
fumamos bons charutos e pagamos o aluguel em dia, além de parcelar
algumas
roupas de marca no cartão de crédito (sabendo que somos capazes de pagar)
E
temos sempre festas aos fins de semana, com cervejas importadas e pessoas
de
banho tomado e com uma boa aparência, ouvindo boa música e pagando
Vinte
pratas numa dose de whisky Red Label, sem se preocupar demais com isso
andando
de carros importados, com os cabelos bem cortados e a barba bem feita
e os
dentes limpos, claros e sem estarem doendo frequentemente,
Quando
isso tudo acontece, nos forçamos a escrever, tentamos e tentamos
ser
mais criativos, tentamos arrumar o conto perfeito, o poema perfeito
Porque
tudo está perfeito, tudo está como sempre teve que ser
A
criatividade nos chuta nas bolas, e a tela do computador fica em branco
e
geralmente não reclamamos disso, afinal, um texto não é nada comparado ao resto
O
frio gelado da minha janela bate nos meus pés, eu bebo vinho barato direto da
garrafa
dinheiro
não existe, nem nada do que foi citado acima.
Eu
diria que a fase não está muito boa, as vacas estão magras e o que eu tenho pra
fazer
é
olhar pra minha parede azul clara, suja com vômito de sei lá quando e também
tem
cerveja
e vinho na parede, também sei lá de quando (eu geralmente estou louco demais
pra saber de tudo isso)
E de
repente as palavras saem e saem mais. A criatividade aparece justamente quando
você está a um passo da loucura.
Devo
todos os meus poemas à minha loucura.
Carlos Reis
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