sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Muito estranho meu caro, muito estranho!



Eu estava longe de ser ativista ou revolucionário. Talvez se eu fosse mais ignorante a minha saúde mental e física e digo mais, minha reputação, ainda estariam intactas. Eu não era um daqueles caras dos livros românticos, não assistia Sex and the City, não entendia mais de mulheres do que eu entendia de copos, não rasgava notas de 2 pratas em botecos enquanto tomava marias-moles às 11h30 da manhã, esperando que um raio caisse e tudo se resolvesse. Não conversava mais com as pessoas do que eu conversava comigo mesmo, não fazia o viés de anfitrião quando tudo o que eu queria ver era a escuridão do meu quarto e a melancolia do meu copo e dos meus textos. Eu não andava com os ratos e as baratas que surgiam no meu quarto após um mês sem limpeza, e nem lambia as crostas de sujeira das paredes, nem tinha saco pra recolher os 8 pratos e talheres diversos que se acumulavam no criado-mudo. Eu simplesmente ria, e me sociabilizava como uma adolescente de 14 anos, com relações que nunca prosseguiam e com lágrimas e copos nos dias seguintes às frustrações. Fracasso? Talvez! A sinceridade era minha melhor amiga e minha pior inimiga, eu deveria mentir mais, aliás, eu TINHA que mentir mais, porém isso era díficil, muito difícil mesmo. A verdade saia dos meus lábios mais fácil do que a garrafa esvaziava nas minhas mãos, e ainda assim, ainda assim eu julgava que tudo estava muito estranho, tudo estava estranho demais! Por Deus, tomei um chá, acendi um baseado e comi uns 3 pacotes de Trakinas, enquanto ria do teto que tinha uma cor diferente da cor da parede... Acho que no fim das contas, o estranho era eu, e se eu mudasse pra outra dimensão eu tornaria o mundo menos pesado!

Zaratustra

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