domingo, 4 de agosto de 2013

Caixa de bombons



Para todos os lados que eu olhava haviam latinhas de cerveja amassadas, garrafas vazias e cinzas de cigarro. Meu quarto estava um verdadeiro caos e você viria me ver, eu sabia que você iria me ver naquela tarde de domingo. Eu não tinha nada além do que podia oferecer, e as latinhas amassadas, mas ainda assim você viria chuchu. Estava muito romântico naquela época da minha vida, queria lhe dar pequenos agrados, diria pequenos mimos, eu dizia que o que importava era o gesto e não o que realmente acontecia. Lembra disso chuchu, você lembra dos pequenos gestos, dos pequenos agrados que eu lhe dava, das pequenas coisas? Eu lembro do seu sorriso bobo quando você via o que eu tinha feito, aquele sorriso inocente, com vontade de querer bem, com carinho e afeto. Te comprei uma caixa de bombons, estava lacrada, não havia comido nada, você curtia uns bombons caros, eu comprei, mas nem liguei pro lance de dinheiro, o que valia era o gesto. Você não veio no domingo, nem na segunda, nem na outra semana, nem no outro mês e nem nunca mais. Aquela caixa de bombons acabei dando pra outra, mas a sua falta foi sentida. Caralhos, como eu estava romântico naquela época!

Zaratustra

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