quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Sobre a confiança


Se realmente confiássemos no ser humano, não trancaríamos nossa casa quando saímos de casa diariamente. Tudo bem, também acho que essa frase é extremante pessimista, mas temos que aceitar que é verdade. Sem generalizações, sabemos que existem pessoas ruins em qualquer lugar do mundo, inclusive na nossa própria vizinhança. Mas, afinal, o que é o ato de confiar? Será que realmente confiamos em alguém, de forma completamente cega e espontânea? A confiança é algo pensado ou inconsciente? Todas essas questões merecem uma reflexão.

Vulgarmente falando, confiar é acreditar em algo ou alguém. O verbo confiar remete naturalmente ao ser humano. Quando confiamos, confiamos em alguém. Essa pessoa geralmente é alguém que temos mais intimidade, que faz parte do nosso grupo primário. Essa intimidade nos dá a sensação de que essa pessoa gosta de nós, e que por isso podemos ceder nossos bens materiais ou nossos maiores segredos a ela que não teremos nenhum ônus. Em parte isso é verdade. Particularmente, possuo um círculo de amigos e familiares que me passam segurança. O perigo está quando uma pessoa te passa uma falsa segurança, e você se entrega a ela de uma forma impulsiva e inconsequente. Isso acarretará coisas talvez irreversíveis, podendo destruir famílias e a própria pessoa ludibriada. Eu não creio que o ser humano possa confiar em outro de forma absoluta. Afinal, todos fazem coisas que nunca falam a ninguém. Isso representa até um certo protocolo social. Existem assuntos, que para o ser humano são verdadeiros tabus.

A confiança é completamente pensada. Não se confia em alguém sem uma profunda reflexão. Afinal de contas, é a vida de um indivíduo que está em jogo. Não se pode brincar com a sua própria vida. Ela é única. Antes de se expor à alguém, é necessário calcular todos os riscos possíveis e impossíveis. E assim, evitamos frustrações e humilhações desnecessárias. A confiança é como um jogo. Se confia em alguém sabendo que isso não trará um ônus para quem confia.

Portanto, afirmo que a confiança é algo que existe, é algo pensado e algo importante para o ser humano. Afinal, é sempre bom que nossa mente entenda que podemos contar com alguém para qualquer coisa. Mas tem que existir uma prudência em quem se confia. Tudo que é bem pensado acaba não trazendo problemas. Basta saber jogar o jogo certo.

Zaratustra

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