terça-feira, 23 de agosto de 2011

Reflexão Sobre a Amizade e Sacrifícios

Boa noite.
Hoje estava conversando com uma amiga que me pediu para que fizesse um post refletindo sobre a Amizade (como podem ver no título). Resolvi compartilhar essa responsabilidade junto com Zaratustra ao expressar a opinião sobre o assunto. Vocês podem ver o que ele tem a dizer no post abaixo do meu. Agora, irei dizer o que andei pensando sobre o assunto. A opinião e os argumentos estão um pouco "crus", mas cabe a cada um interpretar e refletir do jeito como lhe for conveniente.
Gostaria de começar a análise expondo que muitas pessoas confundem amizade com coleguismo. É importante deixar bem clara a diferença entre um e outro. A amizade, apesar do que muitos pensam, não se limita apenas ao tempo que uma pessoa conhece a outra. O tempo é apenas uma ferramenta imprecisa, que junto com a convivência irá desenvolver o que chamamos de confiança. Portanto, a amizade em si está intimamente relacionada à confiança, que é fruto do convívio e do tempo de conhecimento de ambas as partes, onde o convívio (seja pessoalmente ou virtualmente) é o fator mais determinante.
O coleguismo, por outro lado, trata-se da afinidade momentânea que temos com alguem. Pode ser algo de certa forma forçado (por exemplo: colegas de classe) ou espontâneo. Há uma linha muito tênue entre coleguismo e amizade, onde as pessoas costumam se confundir, pois, nesse caso, tambem desenvolve-se um certo grau de confiança.
Confiamos em nossos colegas e confiamos em nossos amigos. E agora? Como faremos para diferenciar um do outro? Ora, vamos analisar de uma forma mais fria. O ser humano, no geral, procura sempre conforto. Essa é a principal base pelas quais estabelecemos nossas relações. Gostamos de nos sentir bem. De nos sentir confortáveis. De nos sentir gostados. Quando algo atrapalha nosso conforto tendemos a afastar essa fonte. Aplicando isso aos nossos circulos sociais, a partir do momento que as pessoas passam a não suprir nossas necessidades de bem-estar, começamos a nos afastar dessa gente. Os que sobram são nossos amigos em potencial, e os que afastamos são nossos colegas. A confiança que desenvolvemos junto com os nossos amigos em potencial foi o principal fator que evitou que eles fossem afastados por não dizerem algo que gostariamos de ouvir, ou por não suprirem nossas necessidades de bem-estar em determinados momentos.
Algumas vezes precisamos fazer alguns sacrifícios pelos nossos amigos. Um dos principais motivos é a necessidade de mostrar que estaremos presentes quando eles precisarem, mas, obviamente, esperamos algo em troca. É da natureza do ser humano querer ser recompensado ou pelo menos reconhecido pelo seu esforço. E o que esperamos? Esperamos que essa pessoa tambem esteja disposta a se sacrificar por nós. E nem sempre isso acontece. E o que isso gera? Decepção.
A decepção é o único fator que pode fazer com que uma amizade desabe, pois ela resulta na perda da confiança, que é o alicerce de uma amizade verdadeira.
Aceitamos as pessoas muito mais pela tolerância de seus defeitos do que pela qualidade de suas virtudes, mas, a partir do momento que quem consideramos nosso amigo não está disposto a fazer um único sacrifício por nós, essa tolerância passa a ser inexistente. Sofremos, pois, quanto mais gostamos de alguem, mais poder essa pessoa tem de nos machucar. É preferível sentir raiva do que sofrimento, pois a primeira é passageira, enquanto o segundo é eterno. (Nesse ponto gostaria de destacar que o sentimento de raiva puro é passageiro. Muitas vezes, a raiva acompanha o sofrimento como mera consequencia da dor que alguem nos causa).
Com isso, concluímos que nossos amigos são os únicos que podem realmente nos machucar, enquanto os colegas são aqueles que nos farão sentir raiva, e nada mais. Quer diferenciar um do outro? Imagine a sua confiança sendo traída por alguem, e veja se o que você ira sentir por essa pessoa será raiva ou sofrimento.

Um comentário:

  1. Muito obrigada por considerar o meu pedido (:
    E valeu, a análise foi muito bem feita.
    Você foi por um lado que eu não tinha considerado. A diferença entre amizade e coleguismo e tals. Realmente, há uma diferença grande, muito embora a gente nem sempre veja isso, certo? Como você disse, a gente quer muito se sentir confortável, quer muito se sentir amado, e aí a gente acaba meio que se iludindo, não? Tomando um coleguismo por amizade... achando que alguém te dá uma importância que você não tem (que é também o que o seu colega disse abaixo)... é phoda isso haha
    E é mais phoda ainda quanto mais profunda a relação é... porque saca, quando você tem um amigo mesmo, como você disse, estamos dispostos a nos sacrificar por eles, e quando eles não fazem o mesmo, nos sentimos desvalorizados. O phoda é saber enxergar o quanto o outro está dando, sabe? Porque às vezes o que pra gente é pouco, pro outro é muito... aquilo que ele está nos dando pode ser um sacrifício enorme pra ele, mas a gente simplesmente não vê... a gente tem que aprender como a pessoa pensa, tem que aprender uma nova linguagem a cada pessoa... e isso é phoda demais.
    E é isso que na verdade gerou meu pedido pelo post haha
    Mas enfim :) Pararei por aqui!

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