quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Festa, alcool e foda



Sentado no sofá, em um estado de moleza alcoolica. Estava lá, assistindo qualquer merda que estivesse passando, mudando entre as tragédias, passando pelo futebol e vendo as fofocas das celebridades. "Porque não?" Pensei que essas porras podem ter uma vida um pouco mais interessante. Abro a geladeira e vejo que a bebida acabou. "Puta merda, sair bêbado pra comprar mais bebida é uma merda!" O caixa do mercado sempre fica te olhando com um olhar de nojo, desprezo e pena. Mas eu não tinha outra opção. Era isso ou logo eu ficaria sóbrio. Decidi rumar ao mercado, munido de dinheiro suficiente para comprar muitos refis destes amados destruidores de fígados e sonhos. No meio do caminho ouço uma voz gritar meu nome:

- Carlos! Carlos!

Quando me viro, vejo um sujeito muito magro, e que tinha um rosto meio engraçado, com as sobrancelhas pesadas e os lábios grandes. Era Renatinho, um amigo meu de longa data.

- Fala Renatinho. Que que você manda?
- Então mano, vai fazer alguma coisa hoje?
- Honestamente tenho grandes planos. Estava indo no mercado comprar uma garrafa de vodka, uma de coca e umas brejas. As minhas noites de sexta consistem em beber.
- Qual noite que você não bebe, não é mesmo? Hahaha Mas enfim, hoje vai rolar uma festa na casa da Valéria.
- Quem é Valéria?
- Amiga da Claudinha, aquela dos peitos grandes e de cabelos enrolados.
- Ahhh sim a Claudinha... Belos peitos aliás. Enfim, não sei cara. Tô meio pra baixo pra ir em festas - na verdade a ideia de beber com pessoas me assustava naquele momento. Preferia mil vezes beber sozinho.
- Vamo lá mano. Tá cheio de mulher. Quem sabe a gente não arruma uma bela trepada?
- Pelo tanto que eu bebo, acho difícil eu estar de pé. Mas agora estou curioso pra ver quem vai comer quem naquela porra. Beleza, vou sim. Precisa levar alguma coisa?
- Sim, tem que levar algum drink.
- Beleza, vamos passar no mercado. Ia pra lá de qualquer maneira.

Comprei uma garrafa de vodka e uma de coca, deixando um fardo de brejas pra uma outra hora. Renatinho comprou uma garrafa de conhaque e uns maços de cigarros. Passei em casa, dei uma cagada demorada, e antes do banho me olhei no espelho. Percebi que anos nessa vida de alcoolismo estavam me destruindo. Minha barriga estava visivelmente crescendo, o rosto estava muito mais velho e a aparência como um todo estava um lixo. De qualquer forma, tomei banho e coloquei uma roupa qualquer. "Conseguir uma trepada... Tái um negócio meio que impossível hoje." Não sou muito otimista nesta área. Mas ia ter bebida. O importante é tentar ficar bêbado pra ver se aquela porra faria algum sentido alguma hora. Terminei de me arrumar e saí de casa. Ahhh claro que dei uma grande golada da vodka no caminho, pra não chegar lá totalmente sóbrio.

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Cheguei ao local da festa. Era um apartamento bem localizado, ali próximo à Domingos de Moraes, a uns cinco minutos da estação Vila Mariana. Quando cheguei à porta e toquei a campainha, veio me atender um cara grandão, tatuado. Aquela porra deveria ter uns dois metros de altura.

- Pois não? - perguntou o mal encarado.
- Opa chapa, beleza? Sou amigo do Renatinho e da Claudinha. Eles devem estar aí já - respondi meio com o cu na mão.
- Ahhh sim, tranquilo irmão, pode entrar.

Não sei que diabos aquele cara era, porque no resto da festa, ele foi pro seu quarto e se trancou. Enfim, não vou julgar o cara pra não me fuder não é mesmo? Era melhor beber e ficar na minha. Logo que entro, chega Renatinho, abraçado de Claudinha, já meio alterado pelo conhaque.

- E aí seu puto! Bom que você chegou ainda cedo. A gente já tá no esquenta aqui.
- Fala sua chupeteira. É, meu banho acabou demorando demais, tava pensando na vida man.
- Ahhh cara, você pensa demais na vida - respondeu ele de forma contrariadora
- Cara, ou eu bebo, ou eu penso na vida. Sempre algum dos dois.

Enfim, não quis delongar muito aquela discussão e entrei na porra da festa. Já fui direto na cozinha. Resolvi pegar uma brejinha, pra ficar de leve, e montei um drink de coca com vodka. Sempre seis dedos de vodka e dois de coca. "Assim economizo coca e fico bêbado mais rápido" pensei. Bom, me servi, e fui na sala. Imagine um lugar com um clima pesado. Estavam quase todos bêbados. E, puta que pariu, quantos amigos feios aquela Valéria tinha. Já de cara, percebi uma mina feia pra caralho me olhando com cara de safada. Ela tinha um rosto estranho, meio torto ou sei lá. E o corpo, meu Deus. Ela não era gorda, mas tinha um corpo esquisito. Parecia ser deformado também. Enfim aquela porra era o resumo do que aconteceu em Chernobyl. "Eu cuspi na cara da sorte, só pode ser isso, puta que pariu", pensei dando uma grande golada na cuba, e em seguida dando uma golada de leve na breja. Resolvo acender um cigarro quando a anfitriã da festa se apresenta pra mim. Era uma mulher sensacional. Tinha um belo par de coxas. De seios ela era normal, mas as coxas e a bunda, pelo amor de Deus! Que delícia de mulher! Tinha um cabelo grande, moreno e bem liso. Um rosto bem comum, mas ainda assim era uma gracinha.

- Oi, você deve ser o Carlos, amigo do Renatinho.
- O próprio minha linda. E você deve ser a Valéria?
- Sim sim hihihi, a própria também. E aí, ta curtindo aqui?
-  Olha, vamos esperar eu ficar bêbado e eu respondo, pode ser minha linda?
- Ahhh sim, Renatinho disse que você bebe como uma esponja. O que você faz pra viver?
- Olha gata, o meu trabalho não importa, porque ele paga minha bebida. O que eu faço pra viver é beber e escrever merda. Nisso se resume minha vida.
- Hmmm entendi hihihi tá bom, fica a vontade aí escritor hihihi
- Valeu gatinha, ficarei com certeza - respondi olhando com uma cara de gigolô barato.

Dei mais um grande gole do meu drink, matando o copo, e para amenizar o gosto forte, mais uma grande golada na breja e outro cigarro. Acendi o cigarro, fumei, dei umas tragadas e fiquei de canto na festa, bebendo e fumando. Assim que acabou a breja, fui na cozinha, peguei um grande copo, coloquei conhaque e vodka misturado "Vamos ver que merda isso vai dar" Sabia que ia me deixar bêbado mesmo. Peguei mais uma brejinha, acendi um cigarro e fui pro canto da sala do apartamento. Dei uma grande golada naquele experimento "Meu Deus, que bagulho ruim, tá loko mano!" Aquela merda era horrível, mas ainda assim forte o suficiente, e isso que importa, não é mesmo? Dei um grande golada na breja e me senti aliviado. O gosto horrível tinha ido embora. Continuei de canto tragando meus cigarros, quando Valéria se aproxima com aquela mina feia "Puta que pariu sem dente, essa porra é mais feia ainda de perto. Melhor continuar bebendo pra aguentar essa cara feia me olhando!" Pensei, dando uma grande golada naquela mistura de merda e uma tragada fudida no meu Marlboro.

- Olá Carlos - disse Valéria já me empurrando aquele encosto - Essa daqui é a Fabi.
- Opa Fabi, belezinha? - respondi, dando um beijo naquela cara feia
- Oiiii hihihi e aí, tudo bem? E aí, curtindo aqui? - me perguntou o encosto.
- Ahhh só de boa no meu canto. Bebendo pra ver se o tempo passa mais rápido, sabecomoé né.
- Hmmm sim sim, o Renatinho disse que você bebe bastante.
- Olha querida - respondi, dando uma golada fatal no conhaque com vodka e em seguida outra golada fatal na breja - eu gosto de beber. Se eu gosto, tento fazer bastante - respondi, meio tonto já, e percebendo que estou começando a groselhar.
- Ahhh sim. Eu estou indo pegar um drink, quer alguma coisa?
- Uma vodka pura, beeeem gelada, uma breja, não muito gelada, por favor - pedi já sabendo que a fodeção me parecia inevitável. "Melhor estar bêbado", pensei, acendendo outro Marlboro vermelho.

A filha de Satã foi na cozinha e Valéria me pergunta:

- E aí, gostou dela? - perguntou já esperando uma resposta negativa.
- Olha, não faz muito meu tipo, maaaas acho que rola sim - respondi pensando que aquela porra não fazia o tipo de ninguém.
- Beleza hihihi vou agitar com ela também.

A tal Fabi chegou, trouxe meus drinks e pra ela uma dose macia de Jurupinga. Brindamos, demos uma grande golada em nossas bebidas (sempre mandando uma brejinha depois), e vi ela e Valéria saindo de canto. Agora que eu já não estava tão sobrio, resolvi dar uma volta no local. Cheguei em um dos quartos. "Cheirinho bom", pensei, sentindo cheiro de maconha no local. Entro, e encontro meu amigo Renatinho, já em altos pegas com a Claudinha e fumando um beck em roda com algumas outras pessoas feias o bastante para mutilarem o próprio rosto de vergonha. Me sentei, matei a vodka em uma golada final, e comecei a dar uns pegas. Aquela erva tava esquisita, certamente era bosta de cavalo. A vontade de vomitar veio, mas segurei, mandando um gole da breja pra ajudar aquela merda a descer "Porra, nem de maconha essas porras entendem" pensei com a mão na boca, logo depois de engolir a breja e o gorfo. Enfim, já meio alterado por aqueles becks de bosta de cavalo - fumamos quatro daquelas merdas - eis que chega Fabi, me chamando pra ir pra um terceiro quarto com ela.

- Peraí - respondi - vou lá na cozinha pegar um drink. Você quer alguma coisa, sua linda? - "Puta que pariu, linda foi foda" pensei, sabendo que estava pronto pra encarar aquela merda.
- Não hihihi, tô tranquila - me disse ela com aquele olhar de buceta molhada.

Fui na cozinha, abri a geladeira, peguei a garrafa de vodka e coloquei na mesa. Enchi um copo, virei. Resolvi então pegar a garrafa e mais umas duas brejas. Saí, acendendo um cigarro e tragando bem forte. Aquela noite ia ser difícil. Cheguei no tal quarto. Imaginem um lugar bem sujo, sujo mesmo. Tinha umas baratas andando, e umas camisinhas usadas no canto. Pensei que aquele quarto deveria ser o tal "quarto da foda" pois o cheiro de sexo e putaria estava iminente. Resolvi matar em uma virada so a breja. Senti o gorfo vir, me deitei e a filha da rapariga começou a me chupar. "Até que ela é boa nisso, ou estou bêbado demais" pensei. Resolvi entornar a garrafa de vodka. A partir daí, o tempo fechou, pois não lembro o que aconteceu.

No dia seguinte, acordo com a tal Fabi na cama do meu lado, uma garrafa vazia de vodka na mão e uma camisinha no pau. "Essa é a parte boa de trepar com mulheres sóbrias, ela se protege e eu também", pensei já procurando um cigarro. Acendi meu cigarro, dei umas boas três tragadas fortes, vi que Fabi estava dormindo e levantei. Fui no banheiro, dei um peido, uma mijada deliciosa e me vesti. Fui na cozinha, peguei uma latinha de breja, abri, dei um gole monstro, peguei o resto do conhaque que estava lá. Todos ainda dormiam. Saí de lá e fui bebendo minha breja no caminho pra casa, aonde cheguei e dormi mais.

Zaratustra


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