quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

A chave daquilo que chamamos de sonhos



Certa vez ouvi uma música, que falava sobre uma chave, escondida dentro de nós mesmos. Esta chave era o que abria um baú, também dentro de nós. Neste baú, existia uma espécie de ponte entre o nosso passado e o nosso futuro. Com essa ponte, conseguíamos percorrer toda a nossa existência, compreendendo os nossos verdadeiros sonhos desta forma. Somente com a total compreensão de nós mesmos (tendo conectado todas as nossas memórias do passado e aquelas memórias que estão guardadas no futuro), e somente assim, conseguíamos desvendar aquilo que realmente desejamos e sonhamos para nossas vidas. Porém, para alcançar essa chave e esse baú, temos que, de alguma forma, entrar em um lugar muito profundo, um lugar desconhecido por nós mesmos, aquele lugar obscuro. Aí falo sobre uma outra música, um album na verdade, chamado "O lado negro da lua", de uma banda famosa por ai. Esse album trata de todas as complexidades e obscuridades dos seres humanos, tais como loucura, morte, tempo, e seus desdobramentos, como dinheiro, sonhos, velhice... por aí vai. Ou seja, trata daquilo que geralmente temos medo de tratar. O desconhecido gera uma insegurança muito grande em todos nós, e, o que essas obras-primas musicais querem dizer é que somente com o auto conhecimento conseguiremos a nossa própria evolução, e, consequentemente, alcançaremos os nossos verdadeiros sonhos. Sonhos que muitas vezes nem imaginávamos que existissem antes dessa longa e louca viagem por nós mesmos.

Por causa disso, sempre que observo alguém que está no fundo do poço, que esteja mal, incentivo a tentar cavar mais e mais, tentar chegar o mais fundo que dá. Claro que sempre existe um acompanhamento para evitar desastres. Assim a pessoa acaba se descobrindo, e quanto mais sabemos de nós mesmos, melhor conseguimos delimitar nossos planos e desejos. É como diz aquela velha máxima usada por todos os psicólogos quando se deparam com um paciente que apresente intuito de suicídio: "Que bom que você quer se matar! Você quer matar essa pessoa ruim que existe em você, quer evoluir, quer ser algo melhor do que é no momento!" E concordo com isso plenamente! Existem sim casos de suicídio, mas frequentemente, esse desejo de morte aparece na pessoa de uma forma mais sutil. A pessoa está simplesmente cansada, e pensa em desistir de si mesma. O ato de desistir implica em se alterar, mudar a forma como essa pessoa é. E isso que é cavar um buraco, isso que é ir pro fundo. É refletir, refletir e refletir quantas mais vezes forem necessárias. O choro, na verdade, é seu antigo eu escorrendo pelo seu rosto, é a lavagem interna do seu psicológico. Quanto mais você cava, mais você chora, mais você sofre. Mas isso é parte importante em todo o processo de mudança. E quando você encontrar o baú, vai querer encontrar a chave, ou vice-versa. E isso vai te motivar ainda mais pra aprofundar e aprofundar, refletir mais umas duzentas vezes, ter calma, paciência para que você encontre isso na hora certa. Às vezes é muito cedo para conseguir achar isso, o momento pode não ser o certo, mas cada pouquinho que você avança nessa caçada te motiva mais a continuar tentando e tentando.

Portanto, fica aqui uma reflexão (que é deveras rara, uma vez que estou completamente sóbrio dessa vez). Vamos tentar ligar nossas memórias, construir essa ponte, para que ela nos conduza inicialmente ao fundo, depois ao sofrimento, depois à redenção e por fim à felicidade. Que consigamos todos alcançarmos nossos maiores desejos particulares!

Zaratustra

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