domingo, 27 de outubro de 2013

Polly



- Você é só um alcoolátra desajustado! - ela me disse e atirou o copo na parede, fazendo estilhaços cairem por todo o chão.
- Hmmmm... Você tem razão... chuchu! - eu disse e já dei um sorrisinho.
- Não me chama de chuchu, você sabe que eu não gosto!

Ahhh as mulheres me divertiam. Mesmo quando a gente brigava. Ainda assim elas eram atraentes. E eu ria com elas. Apesar delas criticarem minha bebedeira. O nome dessa era Polly. Polly sempre foi uma grande garota, sempre me ajudou com tudo, me tirou de uma vida ruim, me colocou em outra pior, me fez parar de beber e de fumar, me criticava por tudo e por nada. Cervejinhas diminuiram, vodka nem pensar... Pois é, eu estava mudado por causa dela. Isso é ruim, mas também era bom né!? Qual seria a função das mulheres no mundo além de ajudarem os homens a serem pessoas melhores? Isso foi machista, mas também foi bonitinho. Brincadeira. Sei que ela queria era me controlar, e isso ela fez bem. Conheci ela numa festa em que tocava Bowie, eu nem gosto de Bowie, ela gosta. Ela dançava e eu assistia e bebia pra caralho. Eu estava bêbado demais, mas ainda assim consegui conversar com ela por alguns instantes. Não dá pra descrever o diálogo aqui. Mas foi algo relacionado a boa música e a uma transa com elefantes. Acreditem, ela ainda assim quis marcar de sair comigo naquela tarde de sábado!

- Chuchu, eu te amo! - soltei as palavras proibidas.
- Hihihi seu bobo, não fala isso. Você sabe que eu não te amo. Não espere uma resposta minha.
- Não espero. Eu quero que se foda. Não ligo pras regras morais e os padrões sociais. Tudo é um nada e um nada acaba sendo um tudo. Estou bêbado demais pra pensar em algo de bonito pra te falar. Me olhe nos olhos e diga que sou só um cachorro bêbado! - e me coloquei na frente dela com a língua pra fora, esperando uma reação.
- Você não vale nada né? hahahaha - ela riu e me deu um cafuné de cachorro enquanto ela sorria pra cacete.

Ela me completava e mesmo sendo meio-dia eu ainda estava bêbado por ela. Polly era uma grande mulher e me fazia um cara melhor. Ainda assim eu voltava a beber por causa dela.

Zaratustra

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