quinta-feira, 3 de outubro de 2013

De degenerado a requisitado



E não é que eu já era requisitado como o amigo que ajuda, e não como aquele que atrapalha? Sim, as nuvens eram mais claras do que o normal, as crianças já não enchiam tanto o saco e o alcool não era mais tão pesado como foi um dia. Até mesmo as tardes chuvosas e frias de outubro não me irritavam mais como me irritaram, e as pessoas estavam mais suportáveis. Ideias preenchiam uma mente deveras inquieta, e isso me tornava um pouco mais calmo e relaxado. Planos? Planos todos temos, mas colocar eles em prática é um ato de maior vitória do que ter sucesso neles. É sempre mais difícil ter sucesso na zona de conforto do que fora dela. E meus amigos viam isso estampado no meu rosto, essa calma, essa energia tranquila e relaxada, essa sucessão de pequenas vitórias diárias que eu conquistara.

Pois bem, sendo assim, meus amigos vinham até mim, perguntavam, questionavam várias coisas. Pediam minha opinião, minha ajuda pra resolver as mais diversas coisas, desde problemas no trabalho até rompimentos de relacionamentos. Se eu bêbado já era sensato, agora eu transbordava essa sensatez, como um copo que estava cheio de água e que agora se transformou num galão com líquido saindo pelo gargalo. Caralhos, a vida estava mesmo mudada, e por mais que eu tivesse lampejos de fracasso, ainda assim eu estava satisfeito e não me deixava cair nisso! A vida tinha muito mais a me oferecer do que uma garrafa...

Zaratustra

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