quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Pensar é sofrer. Um ensaio sobre a ignorância brasileira

Amigos! Começo o post com um questionamento. Qual é a porcentagem de brasileiros que preferem montar grupos de estudo à organizar uma festa? Alguém sabe? Bom, eu também não sei. O que eu sei é que está enraizado no ser humano que o trabalho é algo ruim. Entendam por trabalho tudo aquilo que não é considerado lazer, incluindo estudar. E isso é, simultaneamente, importante e destrutivo. Uma vez que se todos tivessem prazer no estudo, ele se desvalorizaria, e assim, o mundo não giraria como deve girar por uma série de fatores. Mas é destrutivo, somente para os que estudam, pois estes seres cultos da sociedade são obrigados a presenciar cenas chocantes da realidade nacional. E não falo só dos cultos. Digo daqueles que tem um pouco de senso moral (ainda), nesse mundo corrompido.

Eu como pensador que sou (não culto, só penso. Isso não é sinal de inteligência, só de curiosidade) não me conformo com algumas coisas que acontecem. Não digo somente de coisas que não tem nenhuma relação comigo, mas sim de questões completamente pessoais. E, encaremos os fatos: quando uma pessoa é considerada ignorante, ela não tem a volúpia para analisar sua vida como um todo. Para os visionários (como eu), a vida não se assiste. Ela se vive. E eu só me satisfaço quando compreendo tudo o que a vida proporciona, as coisas boas e as coisas ruins. Assisto as pessoas viverem suas vidas sem saberem que rumo estão tomando, ou ainda, sabem o rumo, mas não sabem o porque daquele rumo. Temos somente duas certezas na vida: estamos vivos e vamos morrer. E é assim que as pessoas tratam o bem mais valioso da vida delas, ou seja, a própria vida? Com esse total descaso? Acho que a valorização da vida é necessária para viver a vida em sua totalidade, seja de sensações, emoções, alegrias e tristezas. Não consigo me imaginar conduzindo a minha vida simplesmente através do ato de respirar e expirar. Acho que tudo deve ser pensado e analisado.

Partindo para o lado das emoções, que muitos insistem que não são racionais. Acho que são incontroláveis, mas existem por algum motivo. As pessoas facilmente desistem de entenderem o porque estão sentindo algo. Alegam que "o coração é algo que nunca entenderemos..."Mentira! É possível sim entende-lo. Vamos exemplificar as coisas. Supondo que você se apaixone por alguém. Inicialmente tem o lado físico da pessoa. Você, de alguma forma, se sente atraído por aquele tipo físico. Isso foi seu cérebro que fez. Analisando todo o seu histórico de construção do que é "belo" e do que é "feio". Isso você construiu aos poucos durante sua vida. Por isso, a visão do "belo" é tão individual. Porque cada individuo construiu de um jeito essa concepção de belo. Prosseguindo, essa pessoa te desperta um interesse psicológico. Seja por pontos em comum, seja por pontos divergentes, as vezes uma característica dessa pessoa te atraiu, ela te passa segurança, ou é enigmática, ou ainda, tem várias características vistas como erroneas para a sociedade, seja briguenta, egocêntrica, racista, ciumenta e tudo mais, mas mesmo assim você se atrai por ela. Seu cérebro de novo. Ele pega tudo o que você gostaria de ter em um futuro parceiro, identifica com aquela pessoa e... pronto! Parabéns, você está apaixonado! É claro que não controlamos essa paixão, mas entendemos o porque que ela existe. E as características físicas se complementam com as psicológicas, ou seja, as vezes pode acontecer da pessoa se apaixonar por um individuo pelo seu psicológico e se sentir atraída fisicamente. Coisas que só o seu cérebro pode explicar...

Enfim, isso resumiu a minha ideia de que TUDO, digo TUDO porque é TUDO mesmo, pode ser compreendido e analisado. Isso pode parecer doente, mas não deixa de ser verdade. Gostaria de chegar no ponto central do post. O que, possivelmente, gera a doença. Quando estamos tentando compreender tudo o que nos cerca. E, infelizmente, é isso que eu faço. É bom por um lado, mas existem coisas que é melhor não saber. Sempre que pensamos em algo, principalmente coisas pessoais, descobrimos coisas boas e coisas ruins. Geralmente, as coisas boas estão explicítas, portanto, descobrimos mais coisas ruins. E muitas vezes, nos sentimos mal com a verdade. A verdade dói. A verdade contraria a fantasia. E isso, quase sempre, nos machuca. Por exemplo. Temos algo que está diferente do tradicional. Ao invés de falar "bom, sei lá porque aconteceu isso", eu me instigo. Tenho que saber o que acontece. E muitas vezes, as notícias são ruins. Grande parte da população brasileira, normalmente iria "deixar quieto", sem pensar o porque diabos aquilo está acontecendo. E não digo só em questões pessoais. Digo também para coisas que nos influem diretamente. Quantos funkeiros questionaram o governo em suas músicas? Não, isso é muito chato! É mais fácil compreender como funcionam o sexo anal e o sexo oral. Isso é simples né? Eles aprendem em questão de segundos, sendo que a compreensão do governo brasileiro demoraria anos para ser entendida. Quantos são hoje, os que sabem os motivos que levaram a França a fazer a sua famosa revolução em 1789-1794? Infelizmente são poucos. Porra! Essa revolução só foi o marco para a sociedade contemporânea que vivemos hoje! Ahhh, mas isso não é importante, é mais importante saber para onde viajaremos no Carnaval.

Bom, acho que sintetizei bem o título do post. Pensar é sofrer. Quando pensamos, compreendemos o quanto o ser humano é, ao mesmo tempo, descartável e injustiçado. Descartável porque muitos só fazem peso na Terra, não acrescentam em nada à sociedade em que vivem. E injustiçados porque pessoas que pensam o mundo são deslocadas de tal forma que não conseguem aceitar o fato de pessoas descartáveis ainda estarem vivas!

Zaratustra

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