domingo, 15 de julho de 2012

Não mude o sistema. Se encaixe nele!




Amigos! Mais uma noite de insônia. E nessas insônias os lapsos aparecem. Não digo que apareçam necessariamente durante a insônia. Mas a insônia é o que motiva a entrar mais afundo nesse sórdido e reflexivo mundo da filosofia solitária. Na verdade, o assunto de hoje é algo que eu percebi durante essa semana. Não necessariamente percebi, mas externei esse pensamento, e para variar, fui veemente crucificado. Não compreendo como somente eu digo o que realmente é a verdade, mas enfim, cada um vive da forma como quer. Eu não quero mudar a forma como as pessoas pensam. Aliás, o tema de hoje é basicamente esse niilismo que me tornou apático a tudo.

Estava assistindo ao telejornal, numa sombria manhã semanal, quando vi uma mulher com seu filho pequeno, que não conseguia ser atendido no sistema público de saúde. Enfim, essa mãe, em um ato desesperado, começou a gritar dentro do local, exigindo atendimento para seu filho, que parecia estar à beira da morte. O caso dele parecia sério. Prosseguindo, o escândalo dessa mulher foi propagado na mídia, que, como todos sabem, adora uma tragédia unida a sensacionalismo. E esse jornal matutino mostrou um vídeo da mulher berrando, gravado com uma câmera humilde, daquelas de celular mesmo. A reação de todos à situação foi uma crítica, misturado a solidariedade. Diziam “coitada dessa mulher... o governo precisa melhorar a saúde pública... como está lamentável o atendimento dos hospitais públicos...” Enfim, é mais ou menos esse o pensamento de grande parte da população mesmo. E, de verdade, respeito. Entendo que isso envolve um sentimentalismo, e não posso destruir isso nos seres humanos, como foi destruído em mim. Respeito, mas não sou uma pessoa que se emociona com esse tipo de coisa. E, infelizmente, falei baixinho, sem querer: “Ninguém mandou ter filho...” Juro que escapou, não pude controlar mesmo. O resultado, não passa do óbvio. Foi crucificado. Entre xingamentos, tentei defender meu ponto de vista. Mas compreendi que quando existe sentimentalismo, as pessoas não enxergam e não ouvem. Preferi ouvir as críticas calado. É sempre o melhor para as pessoas, e porque não, para mim também.

Em respeito aos sentimentalistas (que por acaso podem acabar lendo isso algum dia), não vou criticar a forma como eles pensam. E também não vou me fazer de vítima. Mereci ouvir isso tudo. Mereci, de verdade, ser xingado. O normal é que eu pensasse como todos pensam. Mas, lamentavelmente, não consigo pensar assim. O porquê disso; eu sinceramente não sei dizer, e nem quero pensar no assunto. Mas, respeitosamente, gostaria de explanar meus motivos para minha declaração. Em primeiro lugar, não sou contra a procriação. Não gosto da idéia, acho que o mundo está muito caótico para ter um filho, mas, sinceramente, respeito as pessoas que querem ter filhos. A minha crítica é contra as pessoas que não tem estrutura para terem filhos. Que digam que sou elitista, mas foda-se! Penso que para ter um filho, é necessário ter estrutura. Uma casa própria, uma carro, emprego estável, plano de saúde. Enfim, com todo esse suporte, a criança vai crescer bem, sem problemas, sem transtornos para a criança. Entendam que o ponto que defendo, é sempre visando o bem da criança. Não quero o mal da criança, por isso penso assim. Muitos podem citar que não existe planejamento familiar em favela, e que por isso existem essas coisas. Compreendo isso. Mas agora cabe que eu diga minha forma de pensar, minha ideologia sobre o sistema. O que é público? A escola, a saúde, o transporte. Isso, não tem como mudar. Agora planejamento familiar é escolha sim. Cabe a população interesse para ter um planejamento familiar. Os próprios pais dos habitantes das favelas não tiveram planejamento. Isso não basta de exemplo? Não me interessa aonde a pessoa mora, aonde cresceu, mas ela pode controlar isso facilmente. Pode não ir para as faculdades, ter um emprego de merda, mas filho... Isso pode controlar sim! Chega de hipocrisia. Aos idealistas de plantão, que revolucionam pela internet, essa é a verdade. Eu, humildemente, sou um grande estudioso das correntes políticas, ou ideologias sociais, como queiram. Não existe uma que dê totalmente certo. Vivemos no capitalismo. Os esquerdistas podem dizer que é isso que faz com que o mundo seja a merda que é. Mas o problema não está na ideologia de governo, e sim no ser humano. Caso contrário, o socialismo teria dado certo. Inclusive a democracia direta de Atenas deu errado, forma de governo que para mim, é a melhor possível, considerando o número e o caráter dos habitantes. O ser humano, e isso digo antropologicamente, é ruim. A natureza dele não é boa. Sempre vai existir poder. Até na anarquia vai existir algum líder. Isso é fato. E o poder corrompe. A história mostra isso. Não tem como mudar a natureza humana, me desculpe positivistas. Portanto, se a natureza humana não pode ser mudada, o sistema não pode ser mudado. É utopia pensar que você pode mudar o mundo. Você pode ajudá-lo de alguma forma, mas a essência dele vai ser sempre suja.

E já que o mundo não pode ser mudado, temos que nos adequar. Temos que compreender que o amor e o sentimentalismo são muito bonitos no papel. Mas o que manda no mundo é o dinheiro. De acordo com o seu capital, você é tratado de uma forma ou de outra. É triste, mas é a verdade. Se você tem dinheiro, você será bem tratado em serviços particulares. Seu filho só vai andar de carro, vai ser bem atendido em hospitais. E, se você não tem dinheiro, faça como eu; abandone, mesmo que seja momentaneamente, a idéia de ter filhos. Você só vai o fazer sofrer. Construa a sua vida primeiro, para depois construir outra.


Zaratustra

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